#30 Restaurante | Tsubaki
Na semana que antecedeu as nossas férias, fomos finalmente jantar a um sítio onde queríamos ir há imenso tempo! Chama-se Tsubaki, que em Japonês significa Camélia, localiza-se no Turim Saldanha Hotel e abriu há dois anos atrás com assinatura de Paulo Morais.
Depois de muito bem recebidos pelo José Luís, entregámo-nos nas mãos do Chef Flávio que nos conduziu numa viagem pela carta que o restaurante disponibiliza, dando destaque aos pratos que considera mais especiais. A refeição foi acompanhada de Vinho Branco da Casa – Hotéis Turim, um vinho da zona onde vivemos que já conhecemos bem e do qual somos apreciadores.
Começámos com umas deliciosas Gyozas com molho ponzo [soja com citrinos]. De massa muito crocante e recheio delicado, o toque de mestre, para mim, reside no molho. O Ponzo abre-nos o palato e ajuda-nos a apreciar verdadeiramente cada tempero deixando um aroma suave e persistente na boca.
Seguiu-se um prato que adoramos, um Ceviche com 3 tipos de peixe, maçã, ovas de salmão e massa de arroz frita. Bem confeccionado e bem apurado, suculento e claro, com peixe fresquíssimo!
Na maioria dos restaurantes com gastronomia japonesa, encontra-se normalmente os mesmos tipos de peixe. Os reis são normalmente o salmão e o atum, e encontram-se também alguns peixes brancos mais comuns. Aqui, a principal diferença do sashimi é sem dúvida a variedade do peixe. O Set de sashimi era composto por Enxaréu, Pregado, Corvina, Salmão e Atum, guarnecidos com Algas Wakame e Wasabi Fresco. Os peixes estavam todos excelentes e se tivesse que eleger um, escolheria o Enxaréu, mas a verdadeira surpresa não estava no peixe…
Quem gosta de gastronomia japonesa está muito familiarizado com o sabor do wasabi. Todos o conhecemos como uma pasta verde que normalmente adicionamos ao molho de soja e que lhe confere um forte sabor picante. Mas já experimentaram wasabi fresco? O wasabi é uma raíz que existe ao longo de ribeiros no Japão e é cultivado e utilizado como condimento. Quando madura, a raíz de wasabi é firme, de casca castanha e polpa verde. O sabor é picante, embora com muito menos intensidade do que na versão pasta, e pessoalmente fiquei viciada neste condimento! [Estou ansiosa por voltar a experimentar!]
Em seguida experimentámos um prato com um valor especial para o Chef Flávio. Em homenagem aos seus dois mentores, com quem aprendeu e cresceu enquanto Chef de gastronomia Japonesa, Flávio criou o Niguiri de Vieira [Homenagem ao Luís Barradas – ver aqui] e a Asa de Pregado [Homenagem ao Paulo Morais – ver aqui]. Duas iguarias maravilhosas que homenageiam perfeitamente estes dois excelentes Chefs cuja cozinha conhecemos e apreciamos. Uma combinação muito bem conseguida!
E como numa refeição japonesa ao género a que estamos habituados nunca podem faltar rolos, seguimos com um Makimono tradicional, com Pregado, Salmão, Atum. Peças muito agradáveis e bem confeccionadas.
Para terminar, pedimos ao Chef que nos preparasse Gunkan, por ser desde sempre o nosso tipo de rolo favorito. O Chef sentiu-se desafiado e presentou-nos com uns fabulosos Gunkan de Enxaréu com maçã, maionese de maçã e Gunkan de Pregado Braseado. Uma maravilha e uma excelente forma de encerrar esta degustação.
E como depois de tudo isto já se tornava difícil conseguir experimentar sobremesas, partilhámos um Brownie de Chocolate com gelado de sésamo negro e gelado de feijão azuki, com bolacha caseira e uvas. Aqui a surpresa para mim foi o gelado confeccionado com ingredientes pouco convencionais na nossa gastronomia. Fiquei particularmente fã do gelado de sésamo negro.
No final da refeição ainda tivemos oportunidade de conversar um pouco com o Chef Flávio sobre o que nos serviu e sobre o seu percurso profissional, ficando a promessa de que voltaremos certamente mais vezes! Parabéns Flávio! Estava uma maravilha!