A falta de educação ainda não se qualifica para dar autógrafos!
Nota: post com uso de calão! Não aconselhado a pessoas sensíveis.
Na semana passada, estava dentro de uma loja no Parque das Nações, quando se passou uma situação que me deixou desgostosa. Era fim de dia, a luminosidade era já bastante fraca, e havia miúdos de escolas a circular pela zona a pé. Eu andava pela loja enquanto o marido esperava pela sua vez, e a dada altura comecei a ouvir à distância, umas vozes femininas em berros, a gritar:
“Ohhhh Anaaaaa vai póóó caralho!”
Isto em repeat, em berros que se deviam ouvir na Ponte Vasco da Gama, e ininterruptamente. Os gritos foram-se aproximando gradualmente, e eu fiquei parada a olhar para a rua, a tentar perceber quem era a “artista”. Quando surge no meu campo de visão a origem da gritaria, vejo um grupo de 3 miúdas, com os seus 14/15 anos, o que já é idade de ter juízinho, com um ar “normal”! Bem vestidas, com roupas boas, mochilas boas nas costas e telemóveis nas mãos. Uma delas, continuava o seu bonito discurso, as outras riam, e lá iam as três pela rua satisfeitas da vida.
Quando deram conta que eu as estava a observar, a autora da gritaria dispara um:
“Deve querer um autógrafo, deve!”
Juro que o que o que me apeteceu, foi ir direita a ela, relembrar os tempos da idade rebelde em que quem me irritava levava logo um encosto, e dar-lhe um piparote. Claro que não o fiz, e que rapidamente o meu cérebro voltou aos quase 36 anos, mãe de família, pessoa crescida e responsável… E fiquei exactamente no mesmo sítio, mas ainda estive por um fio para lhe gritar de volta algo como:
“Obrigada querida, mas a falta de educação ainda não se qualifica para dar autógrafos!”
Fiquei desgostosa por ver ao que chega a nossa juventude, e fiquei na dúvida se realmente a menina é mal educada porque acha piadinha e os pais nem sonham que faz tais figuras, ou se segue os exemplos que tem em casa.
Por favor, se alguém um dia vir algum dos meus filhos a fazer figuras destas, avise-me! Sei que os miúdos passam por fases parvas, eu também passei e também fiz muitos disparates, mas a parvoice tem limites, e faltas de educação não consigo “engolir”!