Aprender Inglês!
[Imagem daqui]
Sempre ouvi dizer que, face à realidade de aprendizagem de línguas na infância, e não obstante a decisão ser de cada um e cada criança ser diferente da outra, promover a aprendizagem de línguas na infância tinha todas as vantagens.
Este ano lectivo, com a mudança de escola do Daniel e da Carolina, também eu comecei a pensar nesta realidade de uma outra forma.
Durante os primeiros 8 meses nesta escola, tiveram apenas uma aula de Inglês de cerca de 1 hora, por semana. A segunda aula da semana, era após o almoço, e como por opção nossa, o Daniel e a Carolina dormiam a sesta, não assistiam a esta segunda aula. Apesar disso, começámos cedo a perceber que as aulas de Inglês estavam a dar frutos. Para além do entusiasmo com que nos contavam o que se passava nas aulas, começaram a dizer correctamente algumas palavras em Inglês. A primeira grande aprendizagem foram as cores, mas com o passar do tempo começou a surgir vocabulário mais detalhado. E se por vezes o facto de serem pequeninos e não terem a dicção correcta [até em Português], outras vezes as palavras saem com uma clareza tal, que até eu me surpreendo!
Hoje em dia, e desde há duas semanas para cá, deixaram de dormir a sesta, com todas as implicações que isso tem tido a nível familiar, que ainda andamos a tentar aprender a gerir [falaremos disso noutro post, até porque preciso de partilhar as minhas preocupações para que me dêem opiniões!]. Com o desaparecer da sesta, passaram a ter duas aulas por semana, e os progressos foram notórios!
“C – Mamã hoje apendi uma palavra nova na aula de Inglês!
Eu – Ai foi? E qual é?
C – bebibér
Eu – Hum?
C – Bebibér mamã!
Eu – Oh filha, não te estou a perceber… “
Neste momento, entra o irmão na sala, e sai em auxílio da irmã, para a ajudar na difícil tarefa de falar Inglês correcto com 3 anos!
” D – Usinho, mamã! Não pecebes?
Eu – Ahhhh! Teddy Bear?
C – Xim mamã! bebibér!”
O orgulho em conseguirem transmitir-nos as suas aprendizagens em Inglês é notório, e eu confesso, fico orgulhosa dos meus filhos, por ver como dizem as cores correctamente, como tentam cantarolar canções em Inglês [temos uma pen USB no carro com várias músicas e eles conhecem e cantam – à maneira deles – sempre que saímos de carro]. Um dia destes, li um artigo sobre as vantagens de aprender uma segunda língua na infância, e fiquei com vontade de poder proporcionar-lhes mais horas de Inglês. Conheço a Ana pessoalmente, já fiz uma aula de Kindermusik com o Daniel e a Carolina há bastante tempo, e gostei do que ela escreveu. Aqui fica!
“Quanto mais cedo a criança estiver envolvida na aprendizagem da segunda língua, mais natural será para ela compreender e falar. Leccionar currículos em Inglês e proporcionar às crianças a oportunidade de iniciarem aprendizagens bilingues precoces, é um desafio não só como profissional, mas como mãe.
Como mãe, não poderia estar mais feliz com a aposta pedagógica que proporciono, e a oportunidade de introduzir o meu filho ao Inglês desde que nasceu!
Com 6 semanas de idade, o meu bebé participava nas aulas Kindermusik que lecciono para bebés. Muito cedo começou a identificar imagens indicadas em Inglês e em Português e a reproduzir pequenas instruções dadas em Inglês, como por exemplo: “blink your eyes”, “touch your nose”, entre outras. Muitas vezes utiliza palavras em Inglês para descrever o seu pensamento e agora que tem 3 anos, é muito frequente encontra-lo a falar em Inglês de forma espontânea, com os seus brinquedos durante os seus momentos de brincadeira livre.
Como profissional, tenho a oportunidade de ver crianças de tenra idade envolverem-se em aprendizagens que saem do que é convencional e esperado… Compreender conteúdos em Inglês e manifestar conforto face à língua e ao discurso utilizado, ser capaz de passar da compreensão da palavra, à sua utilização complexa! Simplesmente…. ADORO, ou para utilizar uma expressão de acordo com o meu dia-a-dia, “I JUST LOVE IT!”
No entanto, deparo-me com desafios que se prendem sobretudo com mitos que envolvem o ensino bilingue, e não só profissionalmente, mas mesmo como mãe, quando alguns amigos me questionam do porquê inserir o meu filho a estas aprendizagens.
Alguns dos mitos mais comuns são:
Se ainda não fala em Português, para quê falar Inglês?
“The sooner, the better!” Esta é sem dúvida a resposta! Quanto mais cedo a criança estiver envolvida na aprendizagem da segunda língua, mais natural será para ela compreender e falar essa língua. Outro benefício de introduzir precocemente a criança a outras línguas, é que se está a abrir horizontes à criança, a permitir que tenha contacto com outros códigos linguísticos, culturas e acima de tudo, a proporcionar vivências numa sociedade cada vez mais globalizada.
Será que as crianças bilingues começam a falar mais tarde do que as crianças que aprendem apenas uma língua?
Não existe evidência científica que comprove esta afirmação, mas é natural que a criança demore um pouco mais a processar dois códigos linguísticos. No entanto, a criança que está a viver em ambiente bilingue, tem oportunidade de ter um desenvolvimento cognitivo maior, conforme vários estudos comprovam, além do que aumenta a sua capacidade de processamento da linguagem.
Será que as crianças bilingues têm mais dificuldade de aprendizagem escolar face às crianças que dominam apenas uma língua?
Antes pelo contrário, as crianças bilingues têm um processo de aprendizagem mais desenvolvido do que as crianças que falam apenas uma língua, pois quando a criança escuta e processa mais do que uma língua em simultâneo, está a desenvolver áreas do cérebro que não seriam trabalhadas se só pensar e falar numa língua.
As crianças aprendem línguas porque são “esponjas”!
As crianças têm a capacidade de apreender os códigos linguísticos e as estatísticas dos sons das várias linguagens a partir dos 8 meses de idade, ao passo que os adultos têm uma cultura de ouvintes, o que torna mais difícil a aprendizagem de novas línguas.
Certamente, estes mitos são reflexo daquilo que os adultos sentem face às aprendizagens e, inevitavelmente projectam para os bebés que aprender mais do que uma língua possa ser extremamente difícil e que possa ser algo confuso para o seu cérebro e desenvolvimento cognitivo e linguístico.
Por esse motivo, gostaria de apresentar uma das referências mundiais da atualidade ao nível dos estudos relacionados com o desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento cerebral dos bebés é Patricia Kuhl, Codiretora do Institute for Brain and Learning Sciences at the University of Washington.
Numa apresentação, intitulada “The linguistic genius of babies”, Patricia Kuhl explica como o processo linguístico se processa nos bebés. Segundo esta investigadora, a linguagem tem um periodo crítico de aprendizagem, e os bebés e as crianças são génios até perfazerem os 7 anos de idade.
Nas aulas que leciono, o Inglês é ensinado de forma lúdica e emocionalmente envolvente.
As crianças despertam para o novo código linguístico “in such an easy way!”
Músicas, canções, danças de roda, exploração de instrumentos musicais, exploração de brinquedos, histórias, rimas, jogos e muito mais, fazem de cada aula, um momento de enriquecimento pedagógico e que, intencionalmente, estrutura o cérebro do bebé e das crianças, num desenvolvimento global e harmonioso.
Se os vossos filhos nunca tiveram contacto com o Inglês, experimentem! Quem sabe se lhes descobrem uma actividade que os desenvolve intelectualmente e ao mesmo tempo lhes dá prazer?