As feromonas e os filhos
Todas as pessoas têm o seu cheiro. Chamam-se feromonas, e são responsáveis por respostas fisiológicas ou sentimentais do nosso corpo. Apaixonamo-nos, excitamos-nos, acalmamos-nos com a ajuda delas. Exprimem o nosso estado de espírito, e espelham a nossa maneira de estar.
Para uma mãe, o melhor cheiro do mundo, é dos filhos!Desde recém nascidos, com dias, que identifico de olhos fechados os meus filhos pelo cheiro. Não preciso de lhes tocar, ou de os ver, para saber que estão ali e qual dos dois é. E se no hospital, naquelas longas primeiras duas semanas de vida, os cheiros de desinfectantes se misturavam e dificultavam o trabalho ao meu olfacto, a partir do momento em que os trouxe para casa tudo se tornou mais fácil. [Aliás, ainda hoje, se me aproximar de desinfectante hospitalar, recordo a neonatologia nesse mesmo segundo!]
A Carolina tem um cheiro doce, suave, como uma colónia de bebé. Um cheiro que está lá sempre, sublime, discreto, mas presente. Uma mistura de difícil definição mas que eu diria ser frutada com um leve aroma a baunilha. Já o Daniel são as especiarias. Canela, cravinho, cardamomo, açafrão, anis… mais canela… um travo a laranja desidratada… um cheiro que se intensifica quando está quente, e relaxado.
O meu segredo para sentir que tudo está bem, é dar-lhes um beijo de boa noite, todas as noites, antes de me deitar, e cheirar-lhes a cabeça. Inspirar bem fundo e sentir aquele cheiro, escutar a respiração profunda e tranquila, aconchegar-lhes os lençóis, passar-lhes a mão na cabeça e sussurrar-lhes um “até amanhã” ao ouvido.