Na minha cozinha

# 64 As minhas receitas | O “meu” pão

Desde que comecei a fazer pão em casa todas as semanas, por influência do Nuno – O Alho Francês, tenho partilhado imagens do processo e dos resultados nas redes sociais. Ora quem me segue, de cada vez que vê um pão novo, pede a receita! Até já há quem me pergunte se aceito encomendas! Imagine-se! E por isso hoje venho falar-vos um pouco sobre o porquê de eu fazer pão em casa e explicar-vos como o faço!

Sou neta de um padeiro. Um dos meus bisavôs maternos era padeiro, na aldeia da Serra d’Aire e Candeeiros onde vivia, e onde nasceu a minha mãe. Não o conheci, mas cresci a ouvir falar do “Avô Padeiro”. Em miúda, quando o meu avô construiu a casa onde ainda hoje a minha avó vive, lembro-me do carinho com que no anexo do quintal construiu o forno a lenha. Tudo pensado e executado por ele, e onde durante vários anos fizemos muitas e boas reuniões de família onde como não podia deixar de ser, não faltava o pão, amassado e cozido pelos meus avós. Por isso, na verdade cresci rodeada de farinha e massa de pão, facto que acabou por me influenciar muito mais do que algum dia imaginei.
A verdade é que depois de começar nunca mais parei, faço em média 1 a 2 pães por semana, e pura e simplesmente deixei de comprar pão. Este é mais saboroso, mais saudável, dura muito em perfeitas condições e dá-me um prazer imenso!
A receita base que comecei a utilizar foi baseada na receita que o Nuno publicou aqui, com adaptações minhas que nunca sigo uma receita à risca! Aqui fica!
Ingredientes:
500g Farinha Trigo T65
250ml Água
1/2 cubo de Fermento Padeiro Fresco [compro no LIDL]
230g Puré de Abóbora
10g Sal Fino
Preparação:
1. Cortar a abóbora, temperar a gosto e levar ao forno a 220ºC
2. Quando estiver assada, descascar e reduzir a puré com a varinha mágica. [ Dica: Podem assar maior quantidade e congelar as doses extra para os próximos pães] 
3. Numa tigela colocar  a farinha, o sal e o puré de abóbora.
4. Colocar o fermento fresco num pouco de água morna, esperar uns minutos para amolecer e desfazer bem com um garfinho. Juntar este liquido à mistura anterior.
5. Começar a amassar com as mãos enfarinhadas até estar bem misturado, adicionando a água aos poucos [Dica: Nem sempre é necessária a água toda. Temos que avaliar a consistência da massa e colocar apenas a água necessária]. Nesta fase, sempre que a massa fica demasiado colada às mãos, coloco mais farinha nas mãos para soltar. O processo fica concluído quando a massa deixar de colar à taça.
6. Polvilhar com farinha, tapar  e deixar levedar sensivelmente 1h. 
7. Após a massa levedada, voltar a amassar com bastante farinha, fazendo movimentos de fora para dentro. Voltar a cobrir e deixar levedar mais 1 hora.
8. Colocar um pouco de farinha no recipiente onde vão cozer o pão, retirar a massa com cuidado e colocá-la no recipiente, previamente aquecido a 220.ºC, moldando o pão no formato desejado. 
9. Tapar o recipiente e levar ao forno por cerco de 30 minutos.
10. Retirar a tampa e deixar cozer mais 15 a 20 minutos para ganhar cor e ficar crocante.
11. Retirar do forno, aguardar alguns minutos e “desenformar”.
Se repararem, na primeira imagem a massa está mais densa, e na segunda já está com um ar mais solto. O processo de fermentação é crucial para que o pão cresça e fique fofo! A média de tempo de fermentação que dou é de 1 hora, sendo que cada pão tem dois ciclos de fermentação.
Normalmente, poucos minutos depois de sair do forno coloco o pão em cima de uma grelha para arrefecer, para evitar que fique com humidade por baixo e que deixe de estar tão crocante. 
Já fiz vários tipos de pão, com vários purés diferentes, com sólidos misturados na farinha [frutos secos ficam uma delicia], com farinha de alfarroba, entre outros. Na verdade, depois de começar, a imaginação é o limite! Este da imagem abaixo é de abóbora, e foi o último que fiz, no domingo passado. Ficou delicioso! Modéstia à parte!

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