Ás vezes é preciso ver o nosso mundo pelos olhos das crianças!
[Imagem daqui]
Quando oiço alguém dizer que pessoa x ou y é que tem a relacção perfeita porque nunca discute, tendo sempre a responder que não acredito, porque isso é que não é normal! A verdade é que qualquer relacção saudável tem que ter discussões! Faz parte! Não há como contornar! E se afirmam taxativamente que não há discussões, a meu ver, alguma coisa está mal! O mais certo é haver um problema de comunicação!
Cá em casa, não somos excepção e não temos a relacção perfeita! Discutimos! Ás vezes por coisas lógicas, outras vezes por coisas parvas, porque estamos cansados ou sem paciência e lá nos sai uma resposta torta, ou seja pelo que for! O que tentamos ao máximo que não aconteça é que as discussões surjam em frente aos miúdos!
Confesso que já aconteceu! Uma ou outra vez, já tivemos pequenas discussões em frente a eles! Um levantar mais a voz ou um desacordo mais aceso. E sei que temos que nos esforçar mais para que não aconteça! Hoje, li este texto, que transcrevo abaixo, e fiquei uns minutos a pensar sobre este tema. Achei que devia partilhar! A publicação original está no blog da Sofia e foi escrita por por Ana Oliveira, Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar e de Casal da Oficina de Psicologia!
“Não sei o que se passa com os meus pais.
No outro dia, estavam a falar alto por causa dos horários, até acho que era por causa da minha hora de ir para a cama ou de tomar banho.
Mas porque é que isso é um problema?
Acabamos por fazer tudo direitinho como fazemos todos dias. Os gritos não apressaram as coisas. Eu até fiquei assustado. Às vezes grito quando apanho um susto.
Será isso? Será que os meus pais estão com medo de alguma coisa?
Não sei o que se passa com os meus pais.
De vez em quando vejo-os amuados (como eu faço, quando não fazem o que eu quero), e cada um anda para seu lado ou vira a cara ou fala como se o outro não estivesse na sala. Até parece um jogo! E eu olho e até quero entrar naquela brincadeira de fazer de conta que o outro é transparente.
Não sei o que se passa com os meus pais.
Tenho tanta sorte em ter tantos avós que gostam de mim e me mimam e fazem festas e passeios… porque é que eles dizem tantas vezes «És mesmo como a tua mãe!» … A gritar e com cara de zangados como se fosse uma coisa feia e para chatear.
Não percebo os meus pais.
Não percebo porque não nos sentamos mais vezes no chão e fazemos piqueniques, agora que está frio lá fora.
Não percebo porque não posso mexer no telemóvel, jogar ou tirar fotos quando eles fazem isso tantas vezes.
Não percebo porque tenho de comer sopa e legumes quando eles não o fazem.
Não percebo… Mas um dia os meus pais vão-me explicar!
Ana Oliveira,
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar e de Casal, da Oficina de Psicologia“