Brincar e aprender | As diferenças entre irmãos
Brincar é a melhor forma de aprender. Nas brincadeiras há todo um conjunto de estímulos que fazem com que os nossos filhos aprendam, face à sua forma de ultrapassar cada um dos desafios que a brincadeira lhes oferece. E se quando são bem pequeninos falamos de estímulos simples, à medida que vão crescendo, as brincadeiras podem incluir outro tipo de desafios que fazem com que aprendam, a brincar!
Há uns meses, comprámos-lhes uns jogos muito simples, tipo puzzle, onde se pretende que façam correspondências entre as peças para descobrirem quais as peças correctas que devem encaixar. Um deles, é este que vêem nas imagens, em que num dos lados têm o número e as mãos com os dedos no ar que lhe correspondem, e no outro lado um desenho de um objecto repetido um determinado número de vezes. Recentemente porque se sentem mais à vontade a contar até números mais elevados, têm pedido para jogar este jogo imensas vezes. Neste dia, em que fotografei, joguei com eles e acompanhei todo o processo de como fazem para descobrir as peças certas.
O Daniel, metódico e organizado, concentra-se na actividade que está a fazer, e conta os objectos de um dos lados, e os dedos do outro, até que consegue encontrar as peças que correspondem e feliz da vida, encaixa e coloca no chão num sítio plano.
A Carolina, por sua vez, encontrou um método completamente diferente e que em nada tem a ver com a contagem de objectos. Em alguns casos, como já jogou muitas vezes, já sabe de cor quais as peças que correspondem e começa por essas. Nos restantes, procura a peça de número que tem a saliência com a cor da peça grande que ela tem na mão.
Isto terá certamente uma explicação na psicologia, que deverá ter a ver com a personalidade de cada um e com a forma como interpretam o jogo, mas não deixei de achar engraçado, como dois irmãos que recebem exactamente o mesmo estímulo, encontram formas tão diferentes de lhe reagir para atingirem um mesmo objectivo!
Neste fim de dia, fiquei ainda com mais vontade que cheguem as férias, para poder passar mais tempo a brincar com eles, a observar as formas como gerem as brincadeiras, a ensinar-lhes coisas novas. Não há melhor terapia do que esta para terminar um dia de trabalho, e a verdade é que nem sempre conseguimos dedicar tempo a este tipo de actividades no dia-a-dia.