Coisas de mulher: Vamos falar de copos menstruais!
Ser mulher passa por, entre outras coisas, ter que lidar com uma coisa chata todos os meses a que se chama menstruação. Não conheço uma única mulher que ache uma coisa simpática, mas o facto é que simpática ou não, temos que viver com ela!
Dos desconfortos abdominais, às dores menstruais, passando pela óbvia perda de sangue, os sintomas fazem com que durante uns dias, as mulheres andem mal humoradas e irritáveis. As alterações hormonais que sofremos nesta fase do ciclo são grandes e fazem com que muito se altere quer a nível físico, quer a nível emocional. Por isso, tudo o que se pode desejar, é que seja possível minimizar todos estes sintomas.
O copo menstrual é uma alternativa que surgiu no mercado há alguns anos, mas que só recentemente começou a ter posicionamento de mercado em Portugal, e que permite eliminar a dependência de absorventes como tampões e pensos higiénicos. Trata-se de uma taça feita em TPE (Elastómero Termoplástico), o mesmo material utilizados nas tetinas dos biberões dos bebés, em cateteres e implantes médicos, que recolhe o sangue menstrual. Tem um prazo de validade muito alargado, o que o torna reutilizável. Existem diversas marcas no mercado, e eu venho falar-vos da minha experiência pessoal com o Me Luna.
O copo menstrual é inserido no canal vaginal, tal como um absorvente interno (tampão), e uma vez colocado, retoma a sua forma original ajustando-se perfeitamente ao canal vaginal formando um vácuo que impede qualquer vazamento. Para o remover, basta puxar a pega devagar ou apertar a base para quebrar o vácuo. Assim, o copo é retirado com toda a facilidade podendo ser esvaziado na sanita, lavado e novamente inserido. O copo menstrual pode ser usado por períodos máximos de 12h, evitando o incómodo de mudar de absorventes várias vezes ao dia. Não possui aditivos químicos ao contrário do que acontece com os absorventes [podem causar alergias e irritação], e como o sangue se mantém em vácuo, não oxida, e não se verifica a proliferação de bactérias e fungos, evitando a síndrome do choque tóxico e outras infecções, directamente associados ao uso dos absorventes tradicionais.
Os copos menstruais são ainda também opção ecológica, pois representam uma significativa diminuição de resíduos. Segundo especialistas o tempo máximo de uso de absorventes não deve ser superior a 4h, na medida em que, partir daí, o ambiente vaginal torna-se propício à proliferação de fungos e bactérias, provocando desta forma, as infecções. Assim sendo, serão consumidos cerca de 30 absorventes por mês, 360 por ano e 3600 em dez anos dependendo da intensidade do fluxo. Em todo o planeta, são utilizados 13.699 absorventes por segundo, nas zonas urbanas. Estamos a referir-nos a 432.000.000.000.000 (432 biliões) de absorventes depositados em lixeiras e aterros… para mim, por defeito profissional, estes valores chocam-me e confesso que os desconhecia!
Acrescento ainda à lista das vantagens uma grande poupança no orçamento, pois o preço de um pacote de absorventes pode não parecer significativo, mas vários anos de uso frequente gera um gasto imenso. Estima-se que mensalmente cada mulher gaste em absorventes cerca de 7,50€. O que faz com que o uso de um único copo menstrual fica rentabilizado em cerca de quatro meses de utilização, e dura anos, se devidamente manuseado!
Já tinha pesquisado bastante sobre este tema, e já tinha ligo inúmeras informações a respeito de copos menstruais, mas confesso que ainda não tinha tido coragem para experimentar. Recentemente descobri os copos Me Luna, e numa troca de emails a tentar esclarecer algumas das dúvidas que ainda subsistiam, decidi-me a experimentar!
O primeiro passo necessário, foi a definição de qual o Me Luna mais indicado, que varia consoante a pessoa, nomeadamente idade, peso/altura, número de filhos, tipo de partos, patologias associadas (quistos, miomas, endometrioses, etc), características a salientar (útero retrovertido, cérvix descaído, etc), que tipo de actividade física prática e com que frequência. O tamanho não se prende com a quantidade do fluxo, prende-se sim, com a nossa compleição física. Com a minha altura e por ter tido um parto natural, o tamanho mais adequado e que me foi recomendado foi o L, pois com um tamanho inferior corria o risco de não vedar completamente o canal vaginal originando fugas de sangue.
Uma vez colocado, não se sente! A primeira colocação não foi propriamente fácil, e fiquei na dúvida se tinha ou não conseguido colocá-lo correctamente, mas o facto é que ficou realmente bem colocado! Nos primeiros dois dias, por receio, e porque de facto pensamos sempre que a quantidade de fluxo que produzimos é superior ao que é, não arrisquei ir para o trabalho com ele, e mantive o uso de tampão, mas depressa percebi que não valia a pena estar com esta preocupação. As dimensões são adequadas ao uso durante todo o dia, sendo que podemos limitar-nos a retirá-lo de manhã e à noite, tranquilamente em casa. Passada a fase de experimentação, posso afirmar que realmente fiquei satisfeita e que já o devia ter experimentado há mais tempo. Se já tinha abolido completamente o uso de pensos higiénicos há anos, desta vez parece-me que foram os tampões que caíram em desuso!
Se querem poupar, minimizar o risco de infecções e ter a certeza que estão seguras e confortáveis durante o período experimentem! E fiquem atentas, porque em breve teremos uma surpresa para quem quiser experimentar o Me Luna!