Banalidades

Coisas que só uma mãe compreende…

Há quem diga que as mães são mais piegas, mais melodramáticas, mais protectoras, eu acho que não se pode generalizar, mas no global, o que me parece, é que sim, somos! Não sei se será uma questão física, se neurológica, mas a verdade é que acho mesmo que a ligação das mães com os filhos é mais forte do que a dos pais. Não quero com isto dizer que os pais gostem menos dos filhos do que as mães, nem que os filhos gostem menos dos pais do que as mães, mas quando esfolam um joelho para que colo é que correm a chorar?

Hoje, o 7.º dia de creche nova para os meus filhos, foi um dia com um amanhecer terrível. Esta semana, o Daniel todas as manhãs tem dito que não quer ir à escola nova. Ontem não foi excepção, mas apesar de tudo até conseguiu controlar-se e de manhã, embora de lágrimas nos olhos, ficou a dizer-nos adeus ao colo de uma das auxiliares. Quando os fomos buscar, ficámos a saber que o Daniel não tinha estado a 100%. Choramingou por nós na hora de almoço, dizendo que o pai trabalha logo ali ao pé e a mãe é que está longe, e que queria o pai. Depois de ultrapassar esta fase, começou a dizer que não queria ir dormir a sesta [já me tinha dito o mesmo em casa], e demorou muito a adormecer. Depois da sesta lá ultrapassou a questão, e quando chegámos andava bem disposto a brincar.
Mas, durante a noite, deve ter andado com esta resistência à escola no subconsciente, pois teve uma noite atribulada, com pesadelos, a choramingar e até teve que passar pela nossa cama. De manhã, pouco antes das 8h, a irmã acordou e chamou. Fui lá, e ele estava a dormir, mas a chorar, cheio de lágrimas e a soluçar. Acordei-o, pensando que fosse um pesadelo e que acordar ajudasse, mas ao acordar só piorou. Desatou a dizer-me que não queria ir para a escola, a chorar desalmadamente e nada o fazia acalmar. Expliquei com muita calma que ele tinha que ir para a escola, que nós tínhamos que ir trabalhar, que tinha mesmo que ser assim e que não podia ficar com ele em casa. Perguntei vezes sem conta porque é que ele não queria ir à escola, mas a única resposta que conseguia era que queria ficar comigo em casa. 
Mudei de assunto, e comecei a falar do pequeno almoço, a perguntar o que queria comer, e a levá-lo para a cozinha. Embora de vez em quando fosse sublinhando que não queria ir para a escola, acabou por se acalmar e distrair. Depois de comer, de repente, disse que queria ir vestir a roupa da rua para ir para a escola, e não voltou a falar mais do assunto. Ao chegar, ainda voltou a vacilar, mas como a determinação de quem o recebe na sala ajuda muito, deu a mão à educadora e disse que queria que fossem contar uma história. 
Comparativamente com o dia de ontem, apesar do amanhecer difícil, ficou melhor quando saímos da sala. Não obstante, estou desde o momento em que o deixei com um aperto no coração, a pensar se está bem disposto, se chorou, se almoçou, se foi dormir a sesta… Isto são coisas só de mãe não são?

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