Não vi o programa SupperNanny, que tanto tem dado que falar, não li grande coisa sobre ele mas percebi que houve um mar de controvérsia em redor do que por lá se passa. Esta questão da exposição tem muito que se lhe diga, é muito discutível e em bom da verdade, em última análise deve ser uma decisão de cada um. Será a exposição do SupperNanny assim tão diferente da exposição que nós damos aos nossos filhos no blog?
Pessoalmente prefiro partilhar imagens felizes! Falei sobre o tema com o Hugo e hoje partilho convosco a opinião profissional do nosso psicólogo!
O programa SuperNanny que estreou na televisão no passado domingo originou uma série de reações e críticas de entidades e especialistas e veio recordar uma questão interessante: quais são os limites para a exposição duma criança?
Numa sociedade cada vez mais mediatizada, onde divergem os pontos de vista sobre os fenómenos de exposição, verifica-se, no entanto, um consenso quando estamos a falar de crianças.
A Convenção dos Direitos das Crianças refere no seu artigo 16.º que a criança tem o direito de ser protegida contra intromissões da sua vida privada e contra ofensas ilegais à sua honra e reputação.
A Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro), retrata igualmente no seu artigo 4.º b), o princípio orientador da Privacidade, no qual “a promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada”.
Em paralelo, existe outra questão que também se levanta: será a exposição a melhor forma de lidar com as crises dos nossos filhos?
Ou seja, em termos da intervenção pedagógica e educativa, expor a criança num momento de crise será a melhor forma de lidar com a mesma?
A resposta é claramente não. Pelo contrário, a exposição tende a aumentar o comportamento crise.
Nenhuma criança ou adulto gosta de estar em crise. Uma birra é algo que cansa a criança, que causa desconforto, que gera mal-estar.
Se a criança tem birras é porque ainda não aprendeu a não as ter ou porque está a manifestar a sua frustração da forma que consegue ou sabe.
Expor este comportamento é aumentar a frustração e o desconforto e só tende a aumentar a birra.
Mesmo o argumento que a birra pode ser uma forma de manipulação, ou seja de chamada de atenção ou de conseguir algo do adulto, não suporta a estratégia expositiva.
Pelo contrário, se a criança está a querer receber atenção pela negativa, ou seja, fazendo uma birra, ainda revela maior incapacidade de gerir a sua frustração. Expô-la seria ridiculariza-la o que só aumentaria em muito a sua frustração e mal-estar.
Para além disso, a probabilidade era da birra mais tarde ou mais cedo voltar, e com mais força, e ainda com a derivação que a criança tinha agora aprendido a estratégia exposição e iria tender a fazer birras em contextos de exposição (como hipermercados, rua, etc), onde o impacto da sua chamada de atenção poderia ser maior.
Assim, qual será a melhor forma de lidar com as crises dos nossos filhos? Bem, esta é uma boa pergunta, que poderá ficar para um próximo episódio das nossas crónicas 😉
Escola para Pais
Psicologo.pt
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One Comment
semprechique
Pessoalmente acho chocante os pais ganharem dinheiro à custa da exposição dos filhos. Qual é a diferença entre esta exposição e o trabalho infantil de à 30 anos? Em meu entender,nenhuma. Só porque há 30 anos as crianças cosiam sapatos em casa e hoje aparecem felizes e sorridentes em casa, restaurantes, piscinas…? É a mesma coisa, ganham dinheiro à conta dos filhos. Já lhes perguntaram se querem aparecer? Mesmo que digam que sim não têm maturidade suficiente para tomarem uma decisão. Se o dinheiro que ganham não chega, arranjem um "second job". Não vivam é à conta de quem juraram amar e proteger desde o dia do nascimento. Programas destes são execráveis e deviam de ser proibidos. E ainda por cima a troco de uns míseros 1000 euros que não tiram ninguém da miséria. Em relação aos blogs… falem de vocês que são adultos, mas não exponham as crianças. Como é que viviam antes das redes sociais? Será que vegetavam?