# Crónica 8 de 2018 | TPC – Muitos, poucos ou nenhuns; Vantagens e desvantagens; Como gerir?
Por motivos variadíssimos, a nossa rubrica de Psicologia sofreu uma interrupção em Março e tem estado em standby desde então. Nunca foi nosso objectivo abandona-la mas queríamos retomá-la numa fase em que fizesse sentido e eventualmente com uma abordagem um pouco diferente. A partir de hoje podem contar com textos da rubrica a cada segunda feira. Vamos fazer um esforço para não falhar e tentar abordar temas que sejam do interesse dos pais e mães que nos lêem!
Re-Começamos então com um tema que é com toda a certeza transversal a todos os pais com filhos em idade escolar. Os trabalhos de casa. As opiniões hoje em dia são diversas, há quem seja a favor, há quem seja contra, há que mande muitos e há quem não mande nenhuns! Mas afinal, haverá uma dose certa?
Esta semana vamos começar a falar sobre os T.P.C. (Trabalhos para Casa), um tema que tem sido debatido por psicólogos, pedagogos, educadores e outros especialistas, e que neste ano lectivo voltou a estar na mesa com a entrada do diploma da flexibilidade curricular, opcional para todas as escolas que queiram aderir.
A flexibilidade curricular permite, assim, que as escolas unam disciplinas ou criem outras novas, assim como podem encontrar novas formas de gerir o tempo.
E é nesta sequência que surge a questão: os T.P.C. são bons para a aprendizagem?
A resposta à pergunta é um clássico “depende”, ou seja, os T.P.C. têm vantagens e desvantagens e depende da forma como são ministrados para que sejam considerados como algo positivo para o aluno ou não.
Então, como é que os T.P.C. podem ser bons para o aluno?
Vejamos então, hoje e nas próximas semanas, algumas dicas para tornar os T.P.C. como algo positivo para a aprendizagem (recorrendo a algumas variáveis influenciadoras e cruzando pedagogia com psicologia educacional):
1. Tempo
A principal variável é o tempo que o aluno precisa para fazer os T.P.C.
A investigação demonstra que a realização de trabalhos de casa pode aumentar a eficácia na aprendizagem, mas com uma média de duração razoável.
Se a carga horária for acentuada, o rendimento inverte-se, ou seja, estudar mais a partir dum rácio semanal só piora os resultados.
A média diária para os trabalhos de casa é uma hora, o que varia consoante a idade da criança ou jovem. De igual modo, recordo que estamos a falar de estatística e por isso para um aluno uma hora diária pode ser muito e para outro o ideal poderá ser uma hora e meia.
Claro está, que a programação da duração dos T.P.C. (o tempo) deveria ser algo feito pelo aluno, com o suporte dos pais ou de quem dá suporte na tarefa, e envolvendo o professor.
Esta metodologia proactiva do aluno é algo fundamental ao nível dos métodos de estudo, um ponto sobre o qual falaremos numa próxima vez, ainda dentro do tema dos T.P.C.
Antes de terminar por esta semana, recordo que podem enviar as vossas questões ou dúvidas. Mesmo dentro do tema abordado, se quiserem aprofundar algo ou se sentirem necessidade de perceber melhor alguma estratégia ou informação.
Para a semana continuaremos com o tema e para já podem, então, aplicar a dica do tempo de duração dos T.P.C. (este é um T.P.C. para os pais mas não é obrigatório 😉
Abraço,
Hugo Santos, Psicólogo