Das histórias de amor… A Ana Luisa e o Miguel!
Conheçam a história da Ana Luisa e do Miguel, na primeira pessoa!
“Quando o “Definitivamente são dois” me pediu para contar a minha história de amor com o Miguel, o que primeiro me veio à cabeça foi “uui, por onde começar?”. O facto é que eu chamo ao que temos uma “obra de alguma estrelinha lá de cima”… Porque toda a vida andámos “lado a lado” sem nunca nos termos conhecido, até que foi realmente inevitável tropeçarmos um no outro.
– O Miguel cresceu na Bobadela. Eu vivi os meus primeiros tempos de vida na Bobadela porque o meu pai é de lá. Depois de me mudar para fora, continuei a ir visitar os meus avós que lá viviam, e qual não é o meu espanto quando descobri que durante a infância, o Miguel roubava laranjas do quintal do meu avô. O meu pai, enquanto tirou o seu curso de fotografia, tirou várias fotos ao prédio do Miguel, ainda não era ele nascido, mas os pais dele já lá estavam. Nunca nos cruzámos, em anos de Bobadela;
– Fui morar para Faro com os meus pais (dos 6 aos 18). O Miguel foi morar para Faro durante a faculdade, e o prédio dele era mesmo ao pé do meu. Nunca nos cruzámos;
– Fui morar para Lisboa (aos 18), e quando entrei para a Restart (2008), o Miguel também lá andava. Nunca nos cruzámos;
– Mudei-me de Belém para o Areeiro(aos 24 anos). O Miguel foi morar para a mesma rua que eu, três prédios à frente. Nunca nos cruzámos;
– Entrei na Benfica TV para trabalhar e três anos depois, o Miguel entrou para a pós-produção de áudio. Puf! Fez-se o chocapic.
Ele estava a trabalhar agora literalmente a 20 metros de mim. Mal nos falámos de início, a não ser porque os programas que eu editava, tinham de passar pela pós-produção áudio antes de entrarem no ar. Foi num dia, em que eu tive uma discussão com um amigo de longa data, e eram já umas 2h da manhã ainda estava eu na redacção, que senti uma necessidade gigante de desabafar. O Miguel estava na sala de áudio também a trabalhar. Estávamos lá só nós os dois. Bati à porta e perguntei-lhe se era muito estranho pedir-lhe para me ouvir por um bocadinho. Ele aceitou, e aproveitou para também desabafar comigo sobre coisas que o andavam a remoer do lado dele. Ficámos juntos até às 4h na conversa, e decidimos ir beber um copo. Nessa noite conversámos até de manhã, e foi uma noite tão honesta, sincera e divertida, que mal me apercebi de que mal conhecia aquela pessoa à minha frente. Falámos sobre todas as nossas coincidências, e ele convidou-me para ir ver a banda dele tocar na noite seguinte.
Rapidamente, o trabalho começou a acontecer de forma mais divertida. O que mais gosto no nosso começo é o facto de nunca ter havido entre nós aquele flirt “matador”, onde nos esforçamos para sermos mais bonitas ou mais espectaculares. Fomos simplesmente nós. Parvos, tolos, sem vergonhas. Ele tornou-se aquele amigo com quem não temos vergonha de bocejar ou dizer algo que não é “digno de uma menina”. Cumprimentávamo-nos com calduços na cabeça, e chamávamo-nos nomes parvos. Tirávamos fotos com os iphones e por trabalharmos tantas horas juntos, adormeci muitas vezes ao seu lado enquanto ele fazia a sonoplastia dos meus programas. Estava confortável. Ele tem esse dom de me fazer estar bem sem ter de me esforçar. Tem o dom de me fazer sentir bonita quando sinto que estou um caco.
Foi num desses dias em que saímos à noite, que ele ganhou coragem e me roubou um beijo. Eu disse-lhe que não queria ter namorados, e ele disse que também não estava preparado. Ficaríamos assim, com uma amizade gira. Por sairmos sempre tão tarde do trabalho, tomámos muitos pequenos almoços juntos, vimos o nascer do sol no miradouro da Nossa Senhora do Monte. Mal sabíamos nós que a nossa futura primeira casa juntos seria na colina em frente. Era uma amizade boa, e que aos poucos se tornou especial… Partilhei com ele o sonho que tinha para o meu blogue que estava prestes a começar a existir, contei-lhe dos doces, do quanto gostava de um dia fazer fotografia para viver. Ele ouvia fascinado, e acreditava em mim, e que um dia eu conseguiria fazer isso tudo.
Um dia, à tarde no trabalho, do nada, ele enviou-me uma mensagem: “Vem ter aqui à minha sala”. Eu respondi-lhe: “Dá-me lá um bom motivo”. Trocava-mos muitas mensagens parvas, sem qualquer sentido, e com muitos palavrões parvos. Coisa de amigos… não estava à espera de nenhum desfecho estranho. A resposta dele foi “Vou dar-te um beijo na boca”. Não vos consigo descrever a sensação… de uma redacção cheia de gente, e de um segredo que só eu e ele sabíamos. O corpo fervilhou com entusiasmo. Levantei-me e disse à minha colega do lado “Vou ali ao áudio.”. Quando entrei na sala dele, fechei a porta, e ele encostou-me à parede.
Nessa noite, no meu carro, tivemos a conversa mais séria que alguma vez tínhamos tido: Colocámos regras um ao outro. Regras de quem estava habituado a estar sozinho por ter tido relações anteriores com desfechos tristes. Queríamos que aquilo resultasse, sem cometermos os erros do passado, e debitámos aquilo de que gostávamos e aquilo que para nós era inadmissível. Sem qualquer razão. Saiu-nos tudo. Concordámos, como se fosse um pacto. Depois, eu perguntei-lhe: “queres namorar comigo?” Ele disse que sim, e já que tínhamos tido os papéis trocados naquele exacto momento, foi ele quem pegou no telefone, e ligou aos amigos a contar. “Estou a namorar! É oficial!”.
Posso dizer que namoro com o meu melhor amigo. E tenho muita, muita sorte.”
2 Comments
clementina
Que boa ideia Sara 🙂 e cai tão bem com o início da Primavera!
Amei a rubrica, a história e o blog da Ana Luísa!
Um beijinho
Ju Figueiredo Silva
Que maravilha 🙂 viva o amor!
Eu gosto tanto da Ana Luísa, acho-a uma rapariga espectacular e a sua história de amor só podia ser assim, tão especial e bonita *