Banalidades

Das histórias de amor… A mulher da vida do Bruno!

Sigo o blog do Bruno há algum tempo. Sigo a página de facebook e o instagram, e sempre que ele publica fotos de sushi há hora de almoço, várias vezes por semana, fico a babar pelo Sushi do Pingo Doce, que só existe (acho!) em duas lojas do país, mas devia existir em todas! Gosto da escrita do Bruno e da maneira como aborda os temas sobre os quais escreve. Sem o conhecer, simpatizo com o Bruno! (Que ainda por cima, vive na minha terra e vê o meu rio todas as manhãs ao acordar!). Convidei-o a escrever para esta rubrica, e ele aceitou, e eu adorei a história dele! Se não conhecem o Homem sem blog, passem por aqui! Vão ver que vale a pena!

 
“a perfeita imperfeição do amor
 
Não procuro perfeição no amor. Nunca procurei. Confesso que
sonhava com uma mulher fantástica, muito próxima da perfeição. Mas sem rosto.
Sabia quem ela era, porque passava todas as noites na minha cabeça. De um lado
para o outro. Cansava-me só de a acompanhar nos sonhos. Acordava a saber que se
tratava de um sonho. Desconhecia o rosto daquela mulher. Mas tinha a certeza de
que ela existia. E que, no dia em que me cruzasse com ela, conseguiria
identifica-la. Sem qualquer hesitação.
Até ao dia em que vi uma jovem bastante sedutora na
universidade. Digo jovem mas também o era. A sua aparência encantou-me. E não
vou negar, que numa primeira abordagem, onde não existe oportunidade para
falar, são os detalhes que a vista alcança que nos atraem. E senti-me atraído
por ela. E rapidamente percebi que era a mulher com quem tinha sonhado durante
tanto tempo. Era ela. Só podia ser ela. Era só nisto que pensava, sem deixar
que o desespero, em confirmar aquilo que para mim era uma certeza, tomasse
conta de mim.
Fomos apresentados. (Mais tarde fiquei a saber que tinha
sido convidada a ir à faculdade para conhecer um rapaz engraçado, que era eu,
aos olhos de quem a convidou). Trocámos mensagens como dois putos que adoram o
flirt trocam. Até que chegou o dia de irmos sair. O ponto de encontro foi a
estação de metro do Campo Grande. Dali seguimos para a Expo. Onde passeamos. E
onde lhe expliquei, o porquê dos bancos da Expo serem às riscas. Foi num dele
que os nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Dali seguimos para o cinema.
A escolha foi Dare Devil. Assumo que gostei do filme, mas gostei muito mais da
quantidade de beijos que trocámos.
Como o que é bom acaba depressa, fomos embora. E foi na
estação de metro do Campo Grande que nos despedimos. Tinha a certeza de que ela
era a mulher com quem sonhava. Mas, naquele momento, na altura da despedida,
convenci-me de que não seria minha. Que tinha sido apenas mais um sonho. E
assim foi. Ela seguiu outro caminho. E eu, sem hipóteses, procurei um caminho
alternativo para seguir.
Mas a perfeição do amor está na sua imperfeição. E, meses
depois, voltámos a ter um contacto permanente. Afinal, os caminhos não eram
opostos. Tinham apenas feito um pequeno desvio de poucos meses. Marcámos novo
encontro. Desta vez ia fazer uma reclamação à Segurança Social. Ela deu-me
sorte e a reclamação não chegou a ser feita. Fomos passear. Até um jardim. E
mais uma vez, um banco. Sobre este não havia explicações para dar. Mas
existiram novamente beijos. E o primeiro foi muito especial. Foi o que deu
início ao namoro pois a história de amor já tinha começado. Passados dez anos,
ainda estamos juntos. Ela ainda continua a fazer parte dos meus sonhos. E a
única diferença é que passou a ter rosto. O último que vejo quando vou dormir e
o primeiro que vejo ao acordar.
PS – Já agora, os bancos da Expo são às riscas por causa da
roupa do Picasso. É uma homenagem.

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