Dizer “Bom dia!” não paga impostos!
Dizer “bom dia” para mim é uma coisa natural. Tal como dizer “boa tarde”, ou “boa noite”. Trata-se de um hábito como outro qualquer mas que para mim tem apenas um significado: Boa Educação.
Há países onde cruzar com um estranho na rua e não o cumprimentar é completamente inconcebível. Tanto é que com frequência somos cumprimentados nem que seja com um sorriso e um aceno de cabeça por estrangeiros, pelas ruas de Lisboa ou por qualquer outro local onde nos cruzemos com eles. Elevadores de hotéis são o caso de estudo que para mim é mais gritante. Entramos num elevador com Portugueses e em mais de metade das vezes ninguém abre a boca. Da outra metade, há uns acenos de cabeça, e muito raramente as pessoas se dirigem a nós com um sonoro “Bom dia!”
Tenho assistido a situações deste género no meu dia a dia com frequência. Eu insisto. Insisto sempre! Sou das que acredita que devemos manter-nos fiéis aos princípios em que acreditamos e digo sempre bom dia.
Na escola onde os meus filhos andam, cruzamos-nos diariamente com dezenas de pessoas quer de manhã à chegada quer ao fim do dia quando os vamos buscar. Seguramos a porta uns aos outros quando nos cruzamos na entrada, quase que tocamos ombro com ombro quando nos cruzamos no portão, mas há tantos, mas tantos pais que nem os olhos levantam do chão para olhar para quem se cruza com eles. A mim faz-me confusão por isso digo sempre bom dia! Umas vezes recebo resposta, algumas até com um ar surpreendido porque se tratava apenas de distracção, outras vezes não. Aprendi com o tempo que não vale a pena fazer mais do que isto, por vezes até sigo o meu caminho a rir-me do ridículo que é uma pessoa dirigir-se a outra com um simples e curto “Bom dia!” e não obter resposta. Será assim tão estranho ser-se bem educado?
Um dia destes aconteceu-me uma coisa parecida no balneário do ginásio. Por norma, sempre que lá entro, digo bom dia ou boa tarde três vezes. O balneário está dividido em três zonas distintas, e há quase sempre pessoas em todas elas, por isso cumprimento todas as pessoas que lá estão. Um dia destes, quando saí do duche e regressei para junto das minhas coisas, havia uma rapariga na mesma zona que eu que tinha chegado enquanto eu tomava duche. Avancei para junto das minhas coisas e disse o meu Bom dia. A resposta? Silêncio completo. A rapariga estava de costas, continuei a despachar-me mas quando se virou e olhou para mim repeti: “Bom dia!”. Nada. Devo ter ficado com cara de parva porque ela pegou na toalha e foi treinar sem emitir um som. Seria surda? Ou estrangeira? É que é mesmo a única justificação que encontro para esta atitude.
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Célia Carvalho
Nem surda nem estrangeira, para mim era só parva. Também me acontece muito isso, principalmente nas escolas dos miudos. Beijinhos Sara