Banalidades

E o Carnaval??

Sou pessoa que na idade da adolescência [a idade certa para isso] vibrava com o Carnaval! Tínhamos um grupo de pessoal que todos os anos se mascarava nas 4 noites de Carnaval! Era a época de ouro dos bailes de Carnaval na Sociedade! Havia grupos “rivais” que todos os anos disputavam a fama de melhor máscara, havia o Carlos Tavares [vocalista dos então famosos Patchouli] no palco a cantar… “Si à canôa não virá ó-é-ó-é-ó-áááa, eu chêgo lá!”, e nós em fila indiana, mão no ombro do parceiro da frente, a abanar a anca toda a santa noite!
Começávamos os preparativos várias semanas antes! A primeira “reunião de Carnaval” era marcada logo no início do ano! Começávamos por definir quais eram as máscaras do ano, depois os materiais necessários, desenhar moldes, e fazer todos os preparativos que podíamos adiantar com antecedência.
A cerca de duas semanas de distância, eram eleitos os responsáveis por fazer as compras! Normalmente tínhamos três lojas de eleição: a casa das máscaras (junto ao Braz & Braz), a Feira dos Tecidos, e a Pollux na Rua dos Fanqueiros. Fazíamos as contas a que quantidades eram necessárias, e lá voltávamos carregados de metros e metros de tecidos, plásticos a metro, papel autocolantes, e outros acessórios.
A partir desta altura, todo o qualquer bocadinho era passado na “base de trabalho” – a casinha do quintal dos meus avós [um anexo construído pela mãos do meu avô, com cozinha, casa de banho e uma mega sala com lareira, que serviu de base a tantas e tantas coisas ao longo dos anos]. Cortar, costurar, colar, desenhar, preparar. Havia agulhas, linhas, colas, máquinas de costura portáteis, tesouras, purpurinas, tintas, pincéis e afins por todo o lado! O resultado, normalmente, só ficava visível na própria noite em que íamos vestir o fato, e até praticamente à hora de sair, havia sempre alguém de agulha e linha em riste, a dar os ultimos retoques!

Esta época passou, naturalmente, e acho que pela altura da faculdade já não ligava muito ao Carnaval.Ainda me voltei a mascarar em grupo, para ir ao Carnaval de Torres Vedras e ao de Sesimbra, mas foram idas pontuais, e encarei a coisa como uma saída à noite. Esta fase de verdadeiro prazer com o Carnaval durou uns anos, foi divertida, mas passou!

No primeiro Carnaval dos miúdos, com 8 meses de vida, decidi logo que não os ia mascarar! Na minha opinião a máscara de Carnaval deve ser uma coisa que divirta e dê prazer a quem a veste. Ora… mascarar bebés pequenos, para mim, é mesmo só para a fotografia, por isso preferi não os mascarar! No ano passado, com 20 meses, já poderiam notal que era uma coisa diferente, mas mais uma vez optei por não os mascarar! Houve muito poucos meninos mascarados na creche, pelo menos na sala deles, e não me fez diferença nenhuma que eles fossem vestidos normalmente. Mas este ano, recebi um papel da creche, que pedia para irem mascarados na sexta feira de Carnaval, e pela primeira vez, tive que me debruçar sobre a temática!

A primeira coisa que fiz, foi pesquisar o que há no mercado para estas idades, e tentar encontrar uma máscara de uma personagem de desenhos animados com que se identificassem. Acho sempre que faz mais sentido uma máscara que eles percebam do que simplesmente o primeiro disfarce que se encontra. Como sou adepta de comprar sem ter que andar a percorrer lojas, pus-me a procurar online, e descobri imensa oferta! Esfreguei as mãozinhas de contente, e achei que tinha o caso resolvido! Mas não! Coisas que me fizessem sentido e do tamanho deles… não havia!

Antes de me enfiar a correr lojas de comércio tradicional [vulgarmente conhecidas como lojas do chinês], falei com uma amiga minha, que está a fazer um part-time numa loja de máscaras no Fórum Montijo, e pedi para ver o que poderia haver que encaixasse nos meus requisitos. A escolha era imensa, mas para personagens que fizessem parte do imaginário dos meus filhos, só conseguia arranjar o Noddy.

Resolvi falar com os miúdos sobre o assunto, e tentar perceber o que faria sentido para eles, e foi aqui que tive uma surpresa! Pelo Daniel, qualquer coisa servia, achou muito bem o Noddy, ou outro qualquer, e não falou mais no assunto. A Carolina, desatou a chorar, e a dizer que não queria Carnaval! Tive que lhe dizer que se não queria não se mascarava, e deixar o assunto ficar por ali!

Fiquei a pensar no que faria… porque ter fato e ela não querer, implicava gastar dinheiro que podia ser gasto em vão, mas não ter e no dia ela ver toda a gente mascarada e querer, era ainda pior. A solução veio pela mão de duas amigas, que têm miúdos mais velhos que os meus, e que me emprestaram fatos para ambos! Levei tudo para casa, e antes mesmo de ir comprar os acessórios que faltavam para o fato da Carolina, fiz aparecer os fatos, um dia à noite antes do banho! E foi uma festa! O Daniel assim que viu o fato num cabide, começou a despir-se para o vestir. A Carolina quando viu o irmão mascarado, veio a correr espreitar e pedir um para ela também! Experimentou também o fato que lhe estava destinado e adorou! Já nem o queria despir! 

 

 

Solucionado o problema, foi só comprar os acessórios. Curiosamente, a coisa que pensei ser mais fácil encontrar, foi a não consegui arranjar – uma bandolete de Joaninha. Para o Daniel gostava de um cavalo daqueles que são feitos com um pau (tipo vassoura), com uma cabeça de cavalo em tecido, mas também não encontrei nada! De qualquer forma, os fatos já estão prontos a usar, e na 6ª feira, vou trazer um perigoso cavaleiro e uma doce joaninha!

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