Banalidades

Esticar a corda

Dizem-me que por volta dos 2 anos, os miúdos chegam à idade em que começam a querer “esticar a corda”. Lá por casa, parece-me que há miúdos precoces! Já tinha começado a reparar que particularmente o Daniel, andava num registo de desobediência e desafio. E efectivamente, com a mudança de sala na creche, a situação vincou muitíssimo mais.
 
Primeiro, começou por uma desobidência de vez em quando. O ir mexer onde se diz para não mexer, se preciso for, 20 vezes de seguida. E se em 20 vezes lhe disser que não, em 20 vezes continua a mexer, fixando o olhar em mim, a título de desafio, com a cara mais séria do mundo. Depois, começou a dar cabeçadas na irmã. Normalmente, em situações em que estão os dois a brincar, e ele de repente lembra-se, vai ter com ela, agarra-a pelos ombros e desata à cabeçada! Normalmente, a “brincadeira” acaba com os dois caídos no chão a chorar!
 
Quando estou presente, e se vejo que a coisa não se vai resolver a bem, intervenho. Separo-os, ralho com ele, consolo-a a ela (que fica destroçada com a palermice do irmão!). Regra geral, ele fica a choramingar uns segundos e passa, mas já houve uma ou duas vezes, em que resolveu repetir a gracinha! Nessas situações, zango-me com ele a sério, e costuma ficar sentado onde o ponho, calado, muito sério, a olhar para mim durante uns minutos, e depois (quando pensa que já me esqueci), põe-se a olhar para mim de sorriso rasgado e a dizer “olá!”, assim como quebra gelo.
 
Ontem, rebentou a escala, e levou uma palmada! Estando sózinha com os dois, o habital banho conjunto torna-se complicado, principalemente na hora de os tirar da banheira. Por isso, resolvi dar-lhes banho a um de cada vez. O Daniel foi o primeiro (e não achou graça nenhuma estar na banheira sózinho e a tomar banho de chuveiro, diga-se!), e depois seguiu-se a Carolina. Quando já estava a vesti-la, estávamos todos em cima da minha cama, ele a ver o Baby TV e ela deitada a pôr a fralda e vestir, e eis que o Daniel resolve deitar-se, rebolar, e começar a dar pontapés na cabeça da Carolina! Agarrei-lhe logo nos pés, e ralhei com ele, enquanto a Carolina rebentava em lágrimas. Assim que o larguei, continuou! Voltei a repetir o ralhete e a agarra-lo, desta vez por mais algum tempo. Mas, quando o voltei a largar, continuou! Tudo isto, de olhar impenetrável fixo em mim! Resultado? Virei-o, e dei-lhe uma palmada na mão!
 
E se esperava uma choradeira durante uns 10 minutos, sua excelência brindou-me com uma surpresa! Virou-se de costas, e ficou calado e sossegado, a ver televisão! Nem um piu!
 
Por isso, parece-me que a idade de “esticar a corda” chegou lá a casa! A minha mãe sempre me disse:
“Não estiques muito a corda, que ela qualquer dia parte!” E o facto é que ela às vezes partia! Quantas vezes irão estes dois fazer partir a corda?

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