Explosão gera explosão!

[Imagem daqui]
Já percebi que normalmente chego a esta altura do ano saturada e cansada. Não sei se é uma coisa psicológica, que surge com a passagem de ano, mas os inícios de ano, para mim, são difíceis. Nas últimas semanas, tenho tido muita coisa a acontecer à minha volta, muitos projectos novos a nascer, muitas coisas em que pensar, e a verdade é que sinto que a cabeça anda de tal forma a 1000, que estou mais cansada do que habitualmente. O problema, é que isso começa a reflectir-se na paciência [ou falta dela] para lidar com as birras e teimosias do dia a dia, e o Daniel e a Carolina é que saem prejudicados. Ou seja, está a acontecer a última coisa que quero que aconteça!
No dia de Carnaval, fomos ao Zoo em família. Nós os quatro, os avós maternos e o tio Gabriel. Nos últimos tempos, fruto da idade, é certo, sempre que os miúdos estão os três juntos, o arraial é tal, que não é possível não nos zangarmos e acabamos a ralhar com eles 1759 vezes! Confesso que com o estado em que me encontro, tudo o que me apetecia naquele dia de Carnaval era ficar em casa encolhida no sofá com uma boa manta, a lareira acesa, um livro, a televisão e uma bebida quente na mão. Só que, a vida quase nunca é como nós queremos, por isso, lá me arrastei para o Zoo! [E valeu a pena porque acabou por ser um dia muito bem passado]
Houve várias situações em que me chateei com os miúdos, ora porque faziam de conta que não nos ouviam quando os chamávamos e seguiam pelo caminho que lhes apetecia sozinhos, ora porque se empoleiravam nas vedações, ora porque apanhavam porcarias do chão… enfim… um mundo de coisas que miúdos destas idades, pura e simplesmente, fazem! A gota de água foi ao almoço, quando a Carolina resolveu que ia buscar comida da nossa [levámos almoço e fizemos pic-nic] para dar aos pavões e aos pombos que andavam a pairar à nossa volta! Disse-lhe que não, que os bichinhos comiam as migalhinhas quando nos fossemos embora e que não ia buscar um folhado de salsicha para partir para o chão para eles comerem. Repeti tudo umas duas ou três vezes, e ela, teimosa, foi na mesma! Passei-me! Dei-lhe dois gritos e mandei-a sentar de castigo! Ficou a chorar com um ar muito infeliz.
A minha mãe, que assistiu a tudo diz-me com um ar condescendente: “- Vou-te oferecer um livro! Vi um dia destes na televisão, uma psicóloga a falar, que defende uma corrente de educação que gostei e que acho que faz todo o sentido. Ela também escreve um blog. Deixa lá ver se eu me lembro do nome dela…” – Pergunto eu: “Magda?” – “Sim! É isso mesmo! Magda! Conheces?” Sorri, e disse-lhe que sim, que conheço e que acompanho o trabalho dela desde a gravidez. Falei-lhe do Berra-me baixo e da Parentalidade Positiva, que era exactamente o que ela me estava a querer referir que tinha ouvido na televisão.
Entretanto, esta semana, voltei a receber a newsletter da Magda, que normalmente [cada vez mais] guardo numa pasta e leio várias vezes! Como que para estudar! E bolas! Como me fez sentido! Fiquei logo parada a pensar no ponto número 1
1. Acalmar e serenar – nunca falar de cabeça quente
Como fazer isto quando estás ao ponto de explodir? Respira fundo e pensa que não é o fim-do-mundo. Lembra-te de como é que desejas ser e como é que desejas que o teu filho te veja. É só isso? Para começar, sim!
Já comecei a pôr em prática, em particular durante este fim de semana, e vou-me esforçar por me lembrar sempre disto! Não resulta sempre, mas para começar, resulta algumas vezes! Já não é mau, pois não? Afinal, temos que começar por algum lado!
O que não quero é gerar o efeito bola de neve cá por casa! Eu zango-me com eles e grito, eles respondem da mesma forma, e quando dermos por nós, somos uma família que só comunica a gritar. E não! Definitivamente, não é isso que quero para nós!