Fugimos a dois! E agora… queremos mais!
Dizem que quando tomamos o gosto a alguma coisa, nunca mais queremos parar. É assim com tudo o que é bom na vida! Quem nunca viajou, não sabe o que perde e não lhe sente a falta, quem [como eu] já teve a oportunidade de conhecer alguns dos mais belos sítios deste nosso mundo, entra em “depressão” por já não viajar há 4 anos!
No fim de semana do 25 de Abril, com o pretexto de termos um casamento de uns amigos em Alfândega da Fé, passámos o nosso primeiro fim de semana a dois desde que somos pais. Os miúdos fazem 3 anos em Junho, e até aí, tinham estado apenas 2 noites sem mim, e ainda assim dormiram em casa nessas duas noites. Desta vez foi diferente. Ficaram duas noites seguidas sem mãe e sem pai, e dormiram fora de casa! Passaram o fim de semana em casa dos avós maternos. Foi uma barreira que tivemos de quebrar [eu em particular], e que foi difícil, mas o facto é que… só custa a primeira vez!
Explicámos o que se ia passar com bastante antecedência, para que tivessem tempo de digerir o acontecimento. [Não somos apologistas de fazer as coisas às escondidas]. Nos primeiros dias, o Daniel dizia sempre que ia dormir em casa da avó, mas a mamã também. Nunca valorizámos muito essa observação, e fomos-lhe dando tempo para interiorizar a coisa. Com o passar do tempo, e a repetição da conversa, a ideia de passar o fim de semana em casa da avó foi tomando forma nas cabeças deles, e não houve dramas. Na véspera, fizemos duas malas iguais! Uma para eles, e outra para nós! Expliquei-lhes tudo o que tinham na mala, e eles muito atentos, registaram! [e informaram devidamente a avó!].
Chegado o dia, já tínhamos decidido que a estratégia seria levá-los de manhã à creche, e despedir até domingo. Depois ao fim do dia já seria o avô a ir buscá-los. Assim evitavam-se aquelas despedidas demoradas, de só mais um beijinho, só mais um abracinho, e nunca mais ninguém ata nem desata! Correu bem, despediram-se tranquilamente, disseram que era o avô que os ia buscar, e lá ficaram!
Só voltámos a falar com eles já perto das 22h, quando nos telefonaram para dizer boa noite antes de irem dormir. Estavam tranquilos, disseram que iam dormir, que tinham brincado com o tio Gabriel, mandaram beijinhos e desligaram! [E nós a pensar que ia haver choros na hora de dormir!]. Claro que, no entretanto já tinha havido [e houve durante todo o fim de semana] relatórios da avó via sms para me tranquilizar!
Quanto a nós, chegámos a Aveiro tarde, muito mais tarde do que estava previsto [compromissos profissionais assim o exigiram!], e fomos directos para o nosso Hotel: O Aveiro City Lodge! [Se vos apetecer uma escapadinha a dois, espreitem aqui, que encontram uma excelente oportunidade!] Situado mesmo no centro da cidade, num prédio antigo todo renovado, com uma decoração simples e moderna a contrastar com o soalho de madeira recuperado e os vitrais nas janelas das escadas. Um cheio típico de casa antiga, a ceras e madeiras. Um ambiente acolhedor que nos faz sentir em casa! O quarto era enorme, com duas áreas distintas, a de estar e a de dormir, uma casa de banho a separar ambas as zonas, e virado para uma das praças da cidade. [Confesso que depois de uma semana de trabalho, do cansaço da viagem, e das saudades dos miúdos, chegar e ver um quarto que me agradou, foi um colírio!]
Depois de fazermos o check-in, de deixarmos as bagagens no quarto e de nos refrescarmos, saímos para jantar. A pé! O centro de Aveiro tem este encanto, de podermos deixar o carro e andar a pé para todo o lado, e não quisemos deixar de tirar partido disso! Jantámos ali perto, no Restaurante Alexandre, que nos foi recomendado pelos amigos que vivem em Aveiro [um prego à Alexandre no prato], e passeámos a pé juntos aos canais da Ria. Só nós, debaixo de uma chuvinha miudinha, sem pressas, sem termos ninguém à nossa espera, sem horários para cumprir. Confesso que até já me tinha esquecido um bocadinho do que era esta liberdade! As vezes que estive sem filhos tinha sempre uma certa preocupação no sub-consciente, e desta vez, estava completamente descansada, acima de tudo porque falei com eles e percebi que estavam óptimos!
Regressámos ao hotel já tarde, aproveitámos o excelente Wi-fi de todo o edifício para dar uma espreitadela nas redes sociais, e ficámos só os dois!
A manhã seguinte foi um acordar devagar tão saboroso, como há muito tempo não tínhamos! Não havia horários para nada, o casamento era só de tarde, e tínhamos toda a manhã para nós! Acordámos, tomámos duche e saímos para procurar um sitio para tomar o pequeno almoço. Encontrámos ali perto uma casa de chá com um ar super acolhedor, e que se revelou a escolha acertada! Voltámos lá na manhã seguinte! Tomámos um pequeno almoço muito bom, num ambiente muito agradável e a um preço muito simpático!
Depois do pequeno almoço decidimos explorar o centro de Aveiro a pé, à semelhança do que fizemos na véspera à noite, mas desta vez à luz do Sol! Aveiro é bonito! Tem edifícios com arquitectura extraordinária, e nos últimos anos tem sofrido uma série de intervenções de reabilitação urbana, que modernizaram imenso o centro. Já se vêem poucos edifícios abandonados, e mesmo junto à Ria encontram-se projectos de recuperação com resultados brutais!
O passeio foi muito agradável, mas tivemos que regressar, pois era hora de tratar dos look’s para o casamento!
O casamento foi animado! Um grupo de amigos de longa data, e um ambiente muito divertido! Os noivos, perdidamente apaixonados, celebraram a união num bosque, num ambiente de conto de fadas, em que até a meteorologia colaborou, porque apesar do prognóstico, a chuva só chegou já durante o copo de água!
Manhã de domingo. Voltar a acordar devagar, voltar ao pequeno almoço de ontem, repeti-lo, e saboreá-lo mais uma vez. Passear mais um pouco pelo centro a pé, comprar ovos moles e almendrados na confeitaria peixinho [que perdição!], dar um salto à Costa Nova, e terminar com um almoço tardio [Deliciosos filetes de polvo com arroz de grelos, no Restaurante O Telheiro, no Largo da Praça do Peixe] com os amigos de Aveiro, conhecer a Amélia [a filha mais pequenina], pôr a conversa em dia, matar saudades, relembrar as histórias do tempo em que nenhum de nós tinha filhos.
Foi um excelente fim de semana! Obrigada Odisseias pela ajuda com o alojamento, e obrigada aos noivos, por nos “obrigarem” a enfrentar a barreira que tínhamos levantado a nós mesmos, e a passar o nosso primeiro fim de semana a dois depois de sermos pais! [Agora, que lhe tomámos o gosto, queremos mais!]
One Comment
Rute
Parece que aproveitaram muito bem 😉