Banalidades

#6 Healthy & Sporty | Just do it!


Quem me conhece há alguns anos, sabe que nunca fui grande fã de me mexer. Na escola secundária, alturas houve em que entregava atestados médicos para não fazer educação física. E quando fazia, um simples teste de cooper deixava-me capaz de sair de ambulância! Nos corta matos escolares em que participei, algures pelo 5.º/6.º ano, obtive a maravilhosa classificação de penúltima! Sempre! (A última era uma miúda com asma que tinha sempre ataques a meio da prova).

Em miúda fiz patinagem artística, mais tarde dança jazz, aeróbica… Mas tirando a patinagem, foram todas actividades que abraçava com fervor mas que me aborreciam rapidamente.
Na faculdade, frequentei o ginásio da então EXPO durante alguns meses. Íamos em grupo, e a actividade física era mais dar à língua e boiar no jacuzzi do que qualquer outra coisa.
Em 2005/2006, pressionada por um fisioterapeuta preocupado com o estado da minha coluna, acabei por ceder e inscrevi-me num ginásio! (Em boa hora o fiz, se por mais não fosse, porque foi lá que conheci o meu marido!). Comecei devagar, umas aulas de pump quase sem peso, umas aulas de combat, um body balance muito sofrido, um body jam… E um dia, aventurei-me no indoor cycle. Ia morrendo! Houve uma aula em que desmaiei, e quando recuperei os sentidos, estava estendida no chão e tinha o instrutor a tentar acordar-me.
Acabei por fazer amigos, começar a achar mais piada ir ao ginásio, e mais do que pelo desporto, ia pelo convívio. Grande parte da responsabilidade neste campo, diga-se, é do marido, pois o seu part-time, é precisamente dar aulas em ginásio há uns bons 15 anos! E eu, comecei a acompanhá-lo, nem que fosse para fazer as aulas que ele ia dar! Os anos foram passando, fui tomando gosto pelo desporto, e hoje, apesar de menos assídua do que gostaria, posso dizer que pratico desporto. Vou ao ginásio, ando de bicicleta indoor e outdoor,  mas desde que fui mãe, tudo muito poucas vezes! Faço mergulho (ou fazia antes de engravidar!). E pronto.

Dada a necessidade física e psicológica (esta última, nesta fase, muito mais forte que a física!), as limitações de tempo e horários, e o orçamento familiar disponível (ou dito de outra forma, não tenho dinheiro para gastar em ginásio!), recentemente (em Outubro), resolvi começar a correr. Correr permite-me que quando é possível conciliar as variáveis (tempo e disposição), me equipe e saia de casa. E é só. Sem horários, deslocações, stress com horas. Ao meu ritmo, onde e quando posso. E…de borla! E (descobri depois!) faz-me bem à cabeça!

Comecei cheia de pica, e na primeira corrida, fiz 2,4km! (WOW). No dia seguinte descansei, e no seguinte fui outra vez correr! Desta vez, 2,6km e sem dor de burro! (Xiiii! Quase Rosa Mota!). E pronto! Foi isto! Parei! Um dia porque chovia, outro porque fazia frio… Não fui mais.

Em meados de Novembro, fui informada de que me tinham inscrito para a São Silvestre de Lisboa. E eu… quase em coma só de pensar, formatei-me para treinar para o evento no tempo disponível. Cerca de mês e meio, mais coisa menos coisa. Era viável!


Não vos conto os detalhes de cada corrida, porque me tornava aborrecida, mas digo-vos que desde a primeira corrida a sério, a 18 de Novembro, em que corri 3,6km (novo record pessoal), corri mais 5 vezes. Apenas na véspera da prova passei dos 3,5/3,6km, fazendo uns gloriosos 6,1km em cerca de 40 minutos. E no dia 28 de Dezembro, lá fui eu! Cheia de medo, a achar que ia morrer, mas com uma certeza, ia acabar nem que fosse a andar! 


Curiosamente não andei. Corri sempre! Ao meu ritmo, sem pressas, nem tempos, mas corri! A partida foi abençoada com uma chuva intensa que ainda me assustou mais, mas que acabou por parar, e deixar um fim de dia com clima ameno. Corri, e gostei! Gostei da baixa, da Avenida 24 de Julho, de Santos, de subir a Rua da Prata pelo meio das iluminações de Natal, de atravessar o Rossio e os Restauradores, e de… conseguir, mesmo que com um enorme esforço, subir a Avenida da Liberdade toda até ao Marquês, contornar a estátua quase a oxigénio (força de expressão, claro!), e descer já com o embalo final, meta à vista, até ao momento de apoteose em que terminei a bendita corrida! Superei-me de uma forma que nunca tinha imaginado!


Depois desta prova de que consigo, voltei a correr ontem, com o marido, à beira rio, 5km. E hoje, debaixo do temporal terrível que caiu de manhã, surpreendi-me com um rasgo de loucura, que me fez sair de casa, ir até Belém, e fazer um treino misto de corrida e resistência muscular, debaixo de uma das maiores tempestades do ano! Guess what? Soube-me bem! Obrigada ao Pedro pelo treino, ao Pau e à Carolina pela companhia, ao marido por aguentar dois bebés num carro a passear por Lisboa, e à Catarina pelo banho quente (que me soube pela vida!).




E vocês, que dizem que não têm tempo, não conseguem, não gostam de correr… Eu também dizia o mesmo! Basta querer!

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