Banalidades

Ler é o melhor remédio!

Gosto de ler. Não sei dizer quando comecei a gostar, mas sei que gosto desde que me lembro. Na adolescência, acho que como forma de reagir às mudanças e de me fechar na minha concha, devorava livros. Lembro-me de numas férias de Verão ter lido tudo o que tinha levado na primeira semana e depois ter feito os meus pais andarem a procurar onde comprar mais livros [o que na altura, no local onde estávamos não era nada fácil] porque eu tinha que ler mais! Consegui comprar os dois volumes do “A Leste do Paraíso” que li num instante e que ainda hoje faz parte da minha lista de livros que mais me marcaram!

Havia sempre livros novos preparados para serem lidos a seguir. Recordo um dos primeiros livros que me marcou, que gostei mesmo de ler e que acabei por ler mais vezes – A Casa dos Espíritos de Isabel Allende. Tenho tentado passar este gosto pela leitura aos meus filhos, e já noto em ambos que estou a ter algum sucesso, pois gostam não só que lhes leiam histórias, como de se sentar com livros ao colo a folhear e algumas vezes a imaginar a história a que correspondem as imagens que se vão sucedendo.
Deixei praticamente de ler desde que eles nasceram. O tempo não chega para tudo, e as poucas vezes em que me conseguia sentar e parar para ler, acabava por adormecer! [O cansaço acaba por ganhar aos hábitos de leitura]. Outra das situações em que eu lia bastante, era na praia, e claro que, com duas crianças por perto isso é uma tarefa completamente impossível!
Ultimamente, lá tenho conseguido ler alguma coisa. Ou em transportes públicos, ou aproveitando alguns [poucos] momentos em que me encontro sozinha e opto por não fazer mais nada senão ler. Li recentemente o romance “Nunca sem ti”, escrito por um amigo pessoal de quem gosto muito, e que mal chegou às minhas mãos devorei de seguida!
Estou neste momento a ler o ultimo título do Pediatra Espanhol Carlos González – “Crescer Juntos”, e apesar de um pouco diferente do que imaginava, pois apresenta muitos resultados de estudos científicos relativos a educação dos filhos, estou a gostar bastante. Gosto muito da linha educacional defendida por Carlos González, e numa fase em que os desafios da maternidade são mais que muitos, nunca é demais sobre estas temáticas e aprender um pouco mais.
E já tenho mais um título que pretendo levar para as férias, o “Alegria! – Guia Ilustrado da Arte de Arrumar a Sua Casa e a Sua Vida.” de Marie Kondo. Marie Kondo é a guru da arrumação mais
respeitada em todo o mundo e o seu novo livro: Alegria, traz-nos um guia ilustrado da arte de arrumar a nossa casa e a nossa vida, pois como
Marie Kondo diz: 
«A vida realmente só começa depois de pormos a nossa
casa em ordem
Li recentemente um artigo escrito pela B de Brincar sobre leitura que me fez todo o sentido e no qual me reconheci em diversos aspectos. Estas férias, quero promover ainda mais os hábitos de leitura dos meus filhos através da leitura de histórias, porque ler tem tantos benefícios para os nossos filhos! Ora vejam:
Estimula a criatividade

Ao ouvir uma história, a criança constrói-a na sua cabeça, criando imagens mentais para a ilustrar. Nesse processo, utiliza os seus conhecimentos e procura soluções, construindo e desconstruindo, procurando encaixar o que ouve naquilo que conhece ou que inventa. Ou seja, desenvolve um processo criativo.

Desenvolve a linguagem

A leitura de uma história para uma criança permite que esta enriqueça o seu vocabulário, fixando o que já conhece e ampliando-o. Por outro lado, ouvir as palavras ditas de forma correcta ajuda a que as tente reproduzir de forma mais fiel.

Incentiva a leitura

Os mais pequenos (e não só) encantam-se com o mundo das histórias, transportam-se para ele e tornam-se curiosos. E este entusiasmo leva-os a procurar um maior acesso a essas histórias, fazendo-o normalmente com o recurso a livros.

Por outro lado, diversos estudos demonstram que as crianças que convivem habitualmente com livros tendem a ler mais facilmente e de forma mais natural e frequente.

Ajuda a lidar com emoções

Ao ouvir histórias e ao transportar-se para dentro delas podem-se sentir emoções diversas. Algumas conhecidas, outras menos habituais. Ao ter contacto com elas através da história, a criança apreende-as, processa-as e integra-as. E esse é um processo precioso para o seu desenvolvimento.

Facilita o processo de educar

As histórias podem falar sobre preconceito, diversidade, meio ambiente, respeito, generosidade, etc. Tornam-se, assim, excelentes pretextos para educar, dando exemplos e/ou tornando a história motivo de conversa.

Promove momentos e memórias com o contador

Ao ler uma história para uma criança está a passar um momento de qualidade com ela. Ambos estão envolvidos numa actividade conjunta, onde a atenção de ambos está nela concentrada. Quantos dos adultos actuais não recordam momentos semelhantes quando eram crianças?

Ajuda a conhecer papéis sociais

Frequentemente, diversos papéis sociais estão representados em histórias: pai, mãe, professor, vizinho, polícia,… Ao ouvir essas histórias, as crianças tomam contacto com eles, percebem as suas dinâmicas e relações.

Desenvolve conhecimento

História, geografia, filosofia, ecologia, política, sociologia,… É incrível a quantidade de “disciplinas” que podem estar presentes numa história! Ouvi-la é ter contacto com diversos aspectos do mundo e diferentes realidades.

Ajuda a criança a perceber o seu papel na construção da realidade

A realidade é construída a cada momento. Ao ouvir e construir histórias com diferentes finais, diversos enredos e percursos, a criança percebe que pode moldar a sua realidade, que os seus actos e escolhas permitem ter influência no mundo que a rodeia.”
Aproveitem as férias, a calma e a tranquilidade com que podemos viver o dia a dia nesta fase, o tempo livre que conseguimos ter e leiam com os vossos filhos. Vão ver que não só os vão estimular a contribuir para o seu desenvolvimento, como vão criar o hábito de ter um momento em família para ler, que promove a ligação entre pais e filhos estreitando os laços familiares. Como vêem, só tem vantagens! Vamos a isso?

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