# Maternidade | Vacinação infantil – Meningite
No final do mês de Abril esteve patente uma exposição de fotografia em Lisboa, de autoria da conceituada fotógrafa infantil Anne Geddes [sigo o trabalho dela há anos e tive imensa pena de não ter conseguido estar no evento para a conhecer pessoalmente] no âmbito de uma campanha internacional direccionada para a saúde infantil, um tema que nos interessa a todos, A campanha foca-se na importância da partilha de informação acerca de todos os tipos de doença meningocócica, de forma a garantir que os pais têm conhecimento sobre as medidas que podem tomar para proteger os seus filhos das consequências potencialmente devastadoras da doença.
A meningite é uma doença súbita, potencialmente fatal. Normalmente, manifesta-se como meningite bacteriana, uma infecção da membrana que reveste o cérebro e a coluna vertebral ou bacteriemia, uma infecção da corrente sanguínea. É causada pela bactéria Neisseria meningitidis (N. meningitidis) e progride de forma rápida, podendo levar à morte em 24-48 horas após o aparecimento dos primeiros sintomas.
Em miúda, tive um principio de meningite na sequência de uma papeira que mascarou ainda mais os sintomas e fui tratada mesmo no limite de desenvolvimento da doença, graças à rápida actuação do meu pediatra que viu para além dos sintomas e percebeu a gravidade da situação, pelo que este é um tema para o qual sou muito sensível.
Os sintomas iniciais da doença meningocócica não são específicos e perceptíveis, pois assemelham-se aos da gripe, sendo difíceis de diagnosticar durante a primeira fase, até mesmo para os profissionais de saúde. Nas primeiras 4-8 horas, as crianças podem ficar sonolentas, sem apetite, com febre, náuseas, vómitos, irritabilidade e dor nas pernas.6 Os sintomas clássicos como a rigidez da nuca, sensibilidade à luz, e erupções cutâneas verificam-se normalmente mais tarde, o que pode atrasar o tratamento.
Sendo impossível prever futuras infecções, o meio de prevenção mais eficaz para controlar a doença é a vacinação. Embora ainda não haja tratamento que previna todas as formas de meningite, estão disponíveis vacinas para os cinco tipos: A, B, C, W-135 e Y. 17, A vacina contra o meningococo C está disponível em Portugal desde 2002 no mercado livre e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) desde 2006, o que levou à quase ausência de casos de doença por este serogrupo nos últimos anos. Por outro lado, a vacina contra o meningococo B está disponível em Portugal desde 2013 no mercado livre e estará incluída no PNV para crianças e adolescentes pertencentes aos grupos de risco ainda este ano.
A exposição traduz em imagens uma história poderosa e cria uma ligação emocional que atravessa culturas. São fotografias inspiradoras de atletas paralímpicos internacionais, captadas por Anne Geddes, que ilustram a força e beleza dos atletas que surgem simbolicamente a proteger a próxima geração. Ao participarem nesta campanha, os atletas paralímpicos estão a ajudar a promover a consciencialização pública do impacto da doença meningocócica nas famílias em todo o mundo, e enfatizar a importância da prevenção como aspecto fundamental.
Os participantes são seis paralímpicos que foram escolhidos para fazer parte desta campanha mundial. Um deles é português, chama-se Lenine Cunha e é o atleta mais medalhado do mundo. Aos quatro anos de idade, um ataque de meningite afectou-lhe a mobilidade, a visão, a fala e a memória. Ao longo do tempo foi recuperando algumas destas capacidades, mas a deficiência intelectual foi e continua a ser um dos seus maiores desafios. A entrada no mundo do desporto e atletismo trouxe-lhe a alegria de volta. Já conquistou 183 medalhas em competições europeias e internacionais.
No dia 11 de Setembro vai competir nos Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro. Desde o dia 1 de Setembro, o dia da sua partida para a capital carioca, o atleta partilha nas suas páginas de redes sociais a experiência no seu apoio no combate à meningite, bem como aquela que será a sua experiência nos Paralímpicos do Rio.