Banalidades

Meia maratona de Lisboa – o rescaldo!

Realizou-se no domingo a Meia Maratona de Lisboa. Eu estava inscrita, e o meu objectivo era que esta fosse a minha primeira meia maratona. Não foi. Há uma coisa essencial para quem quer correr provas destas – treino! E eu não treinei! Nada! Tenho sempre este dom de me inscrever para provas que exigem treino, e de chegar ao dia das ditas sem treinar. Mas, uma coisa é fazer isso em provas de 10km, outra completamente diferente é fazer isso em provas de 21km! Percebi há umas duas semanas que era impossível fazer a prova, e como em simultâneo estaria a decorrer a Mini Maratona, de 7km, decidi que no mínimo faria esta! [Ainda tinha uma esperança, embora muito ténue, que no momento em que as duas provas se separassem eu ia estar a sentir-me muito bem, e ainda ia tentar a meia]. Efectivamente isso não aconteceu! Correr sem treinar é péssimo, e traduz-se em muito sofrimento, e em alguns casos em lesões, por isso, consciente dos meus limites, fiz a mini maratona!
A maioria dos transportes publicos efectuavam o transporte dos atletas devidamente identificados gratuitamente, pelo que recorremos ao comboio da Fertagus para nos deslocarmos até ao Pragal. Apanhámos o comboio das 8h18, e cerca de 25 minutos depois estavamos no Pragal! Da estação até à partida foi uma caminhada de 10 minutos, a passo lento, e com direito a paragem nas hortas urbanas da zona para um xixi de ultima hora [ups!]
Como chegámos cedo, não houve dificuldade em aceder à zona da partida. Ficámos bem à frente, pertíssimo dos seguranças. Eram umas 9h15 quando nos fixámos por ali, e confesso que olhar para o relógio e ver que ainda faltava tanto tempo para a partida… custou! Aquele tempo todo em pé à espera, deixou-me uma bela dor nas costas e nas articulações dos joelhos. Mas claro que quanto a isso não há alternativas!

No que toca à organização, li pelas redes sociais, criticas cerradas ao facto da partida da mini maratona ser feita em simultâneo com a da meia. Concordo que é dificil para quem quer correr, ultrapassar quem não quer. Mas, neste caso, para mim até era simples de resolver. As partidas eram dadas com 10 minutos de diferença, e quando a mini partisse já os atletas da meia estavam com um bom avanço. Claro que isto provavelmente não era assim tão simples de resolver, porque provavelmente 10 minutos não seriam suficientes para deixar passar os 15000 ou 20000 atletas da meia, mas pelo menos os mais apressados já lá iam! No meu caso, que até parti bastante à frente, não me incomodou nada ter a partida em simultâneo. Ultrapassei e fui ultrapassada, com alguns toques e alguns zig-zags, mas nada de complicado!

Antes da partida, acontecem sempre duas coisas, que essas sim me fazem alguma confusão. A primeira, é começarmos a correr e até à ponte tropeçarmos em garrafas cheias de xixi! Pessoas… haja civismo! Façam antes, usem os urinóis que estão no recinto, mas por favor não deixem garrafas cheia de xixi, algumas com tampas fechadas outras nem por isso, espalhadas pelo chão! Gostavam de pisar uma destas garrafas, escorregar e cair? Já pensaram que podem provocar uma lesão? Gostavam de correr com as pernas molhadas porque pisaram uma garrafa que alguém largou e ficaram cobertos de xixi desse alguém?! Isto é só civismo!

A outra coisa que me faz confusão são as peças de roupa abandonadas pelo chão. Nesta corrida não há organização para transporte de bens pessoais da partida para a meta. Ora num local de partida como a ponte, e tendo em consideração que a espera para a partida ainda é significativa, faz falta ter um agasalho! No meu caso, levei um corta vento, que antes da partida foi despido, enrolado, e colocado à cintura. Não é o ideal, porque incomoda, e correr com alguma coisa a incomodar é terrível, mas foi a opção que encontrei. Há muitas pessoas que levam peças de roupa que não se importam de deitar fora, e na altura despem e simplesmente deixam no chão. Não acho que seja bonito, mas percebo a opção. Á organização deixo a sugestão, arranjem [se é que não têm ainda] um sistema que recolha estas roupas abandonadas e as entregue,por exemplo, em instituições de caridade. Ou, organizem um sistema de recolha e entrega de bens pessoais por dorsal.

Corri sozinha, de fones nos ouvidos, a cantar para dentro [acho que em algumas alturas até devo ter cantado alto!]. No tabuleiro da ponte sorri. Cabelos ao vento, sol a bater na cara, música aos berros! Ainda encontrei um colega de trabalho [Parabéns por mais uma grande prova João!], trocámos dois beijinhos e desejos de boa corrida, e continuei. Corri mais depressa do que é meu hábito, e isso reflectiu-se já em Alcântara, quando quebrei e me vi obrigada a parar. Enquanto caminhava, a beber pequenos goles de água para re-hidratar, passou um amigo, que me deu dois beijos e me disse para correr! Ele seguiu, e eu pensei… tens razão! Vou mas é correr! [Thanks Bruno Safara! Apareceste no momento certo!] E corri! Em esforço, mas até ao final! Dizem que nisto das corridas o psicológico conta muito, e reconheço que sim! Mas não é tudo! O treino é essencial, e devemos sempre ter atenção aos sinais que o nosso corpo nos dá e perceber quando estamos a atingir os nossos limites. Nesta corrida houve muitas pessoas a perderem os sentidos. Pode haver 1001 motivos para cair para o lado, mas o Top 3 situa-se entre o calor, a falta de preparação, e a falta de hidratação/alimentação.

Sobre o meu equipamento, parte muito importante da corrida, para além de me ter esquecido dos óculos de sol, coisa que me faz mesmo muita falta e da qual sou completamente dependente, senti-me mal com os meus ténis. Adoro-os e desde que os comprei têm-me acompanhado sempre, mas já no ano passado senti que a determinada altura do ano, se tornaram quentes, e no domingo, definitivamente, o calor nos pés incomodou-me. Idealmente, a minha carteira permitiria chegar-me à frente e comprar uns ténis de corrida de verão, mas como a vida nem sempre é ideal, este pressuposto é errado! E por isso, apesar de saber que vou continuar a correr com os meus Lunarglide5 roxos, andei a namorar os modelitos de Verão de algumas das mais conceituadas marcas de equipamento de running. Por ordem de paixão, apesar de gostar muito de todos!

Logo após terminar a corrida, alonguei, e fiquei na zona de recuperação, sentada, pois o marido e o sogro ainda estavam a correr a meia maratona. Na altura não senti muito, mas já em casa, quando fui tomar duche, senti o quanto as meias de compressão fazem falta! As dores musculares, que ontem agravaram drasticamente [como é suposto!], concentraram-se nos músculos da coxa e do rabo. A parte inferior das pernas, que foi devidamente comprimida pelas meias da compressport, não ficou nada dorida! Se correm e não têm meias de compressão, ou se pretendem começar a correr, é um bom investimento! Mais do que a roupa, o que realmente vai fazer a diferença são uns bons ténis e umas boas meias de compressão. Corri com calções curtos e camisola técnica da Tactic, marca cuja representação em Portugal está entregue a duas belas pessoas, eu e o marido, e cujos equipamentos tenho andado a testar. Senti-me confortável, e não tive incómodos com nada de nada!
Durante este período em que estive à espera do resto da equipa, passei uma parte do tempo junto ao portico da saída do recinto, junto aos seguranças. Aqui, assisti a um comportamento intransigente por parte dos seguranças, que confesso que me fez alguma confusão. Qualquer atleta que pisasse o passeio à saída do pórtico, já não podia voltar a entrar! Vi separar familias, amigos, vi pessoas em desespero porque estavam à espera dos seus companheiros de corrida para regressar, vi quem alegasse ter menores sózinhos no recinto… apenas uma das pessoas que pediram para voltar a entrar teve autorização, e foi porque estava a precisar de recorrer ao posto médico. Senhores seguranças, eu sei que gerir 35000 pessoas é dificil, mas respirem fundo, e tenham calma. Não é preciso tanta intransigência.

Depois da chegada dos maratonistas da familia, lá nos encaminhámos para a saída, para apanhar o autocarro tipo sardinha em lata, e apanhar o comboio de volta. Chegámos à estação a 20 minutos do comboio seguinte, esperámos, apanhámos o comboio, e quando íamos na estação de Coina dizem-nos que o comboio chegou à sua estação terminal, e que quem quer continuar no sentido de Setúbal tem que apanhar outro na linha do lado. O que não nos tinham dito, é que o comboio de ligação só ia passar daí a meia hora! Senhores da Fertagus… eu sei que não paguei bilhete, mas podiam ter um bocadinho mais de coordenação nos comboios! Esta meia hora de espera em Coina arruinou-me. Fiquei de rastos e cheia de frio! Obrigadinha, sim!?
Tirei poucas fotografias, pois o meu iphone foi para reparação, e os
senhores da vodafone fizeram o favor de me emprestar um alcatel da idade
da pedra com sistema android, que me tem valido umas belas dores de
cabeça e muitas falhas de comunicação, por não ter imessage, whatsup,
email operacional a 100%, etc. Instalei o strava no telefone, e como não
tinha braçadeira para o levar, enfiei-o no bolso do corta vento.
Chateou-me durante a corrida toda, mas fez o seu papel e registou tudo!
Para resolver o problema da música, levei um ipod nano preso na camisola, que cumpriu o seu papel na perfeição! Mas, com isto, percebi que realmente correr com o iphone não é o ideal, e que melhorava a coisa com um relógio que registasse as minhas corridas… assim como este… giro, e sobre o qual tenho muito boas referências, e que ficava tão bem no meu pulso: Garmin Forerunner 220.
Das fotos da organização, tenho a dizer que ficaram girissimas, mas pagar 19,85€ por um download de uma única fotografia em alta resolução… não me parece viável! Por isso, aqui ficam as versões possíveis, carregadinhas de marcas de água! 
 
 
Depois disto tudo, há que treinar, melhorar o desempenho, colmatar as faltas de equipamento, e definir os próximos objectivos! Vamos a isso?

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