Banalidades

No dia em que eu conseguir não gritar (tanto)…

…vou ser uma pessoa muito mais feliz! O facto é que há fases em que não gritar parece tarefa impossível! Há as preocupações do dia-a-dia, o cansaço, o subconsciente sempre a planear, a organizar, a programar, as 1001 coisas que acontecem todos os dias e nos obrigam a reporgramar, reorganizar, reeestruturar. Há as contas para pagar, os clientes para contactar, os emails para responder, a casa para arrumar, o jantar para cozinhar, os banhos para dar, o caixote dos gatos para limpar… E depois há esta fase em que os miúdos estão, em que querem testar, avaliar até onde podem esticar a corda até que ela se parta. Testar os nossos limites, uma vez e outra e outra…
Estarei a falar de alguma coisa muito diferente do que vocês vivem no dia-a -dia? Provavelmente não! Todos nós passamos por isto e todos nós temos fases melhores e fases piores. Eu, aqui me confesso, não tenho andado a passar por uma boa fase. Sinto que a paciência não é aquela que deveria ser, sinto que o cansaço e o desgaste começam a fazer muito na minha maneira de estar, no meu humor, na minha predisposição, e sinto que quero mudar! Por isso, apesar de ter algum receio de falhar, achei que um passo para me ajudar nesta mudança, seria inscrever-me no desafio da Magda. Já sigo o blog e as páginas das redes sociais dela acho que desde a gravidez, e se até há pouco tempo não sentia necessidade de aderir a este género de desafios, provavelmente porque os miudos eram mais pequenos, desta vez fez-me sentido e resolvi avançar! E como o desafio pressupõe ter uma rede de apoio, increvi também o marido! Se trabalharmos em equipa provavelmente teremos melhores resultados! Se  quiserem inscrever-se, cliquem aqui! (E avisem-me por favor! Juntos, podemos constituir uma boa rede de apoio!) O desafio já começou, mas ainda vêem a tempo de se juntar! Eu juntei-me agora mesmo, e ainda estou a meio das leituras em atraso para me pôr a par de todas as reflexões, estratégias e recomendações.
Querem saber um pouco mais sobre isto? Ora leiam:

  1. “A ideia deste desafio não é deixar de gritar. A ideia é provar que, no final do mês, conseguiste um super alto controlo, que te dominaste naquelas situações em que te passavas e mandavas dois valentes berros. A ideia é que estejas feliz contigo
  2. Um outro objectivo é eliminar a tua frase ‘gostava de não gritar tanto‘. A ideia é pôr-te a dizer ‘já não grito como dantes! Nem preciso!
  3. A ideia deste desafio é provar-te que educar miúdos não é fácil [disto não precisas de provas pois não?] e que não é porque gritamos mais, ou menos, que a coisa se torna mais fácil
  4. A ideia não é que fiques “entupida” aí dentro. Há uma ou outra situação em que te sai falar mais alto? Ok, siga!Da próxima vez fazes melhor, não te recrimines, please
  5. Perigo eminente? Grita, berra, salta e faz o pino! Mas vai lá e salva a criança!!
  6. Passaste-te? Habitua-te a verbalizar de forma coerente e firme [a ideia não é não dizer as coisas, muito pelo contrário]. Diz o que queres dizer. E este treino vai ser super importante para todas as outras relações.
  7. A ideia deste desafio é também eliminar as tensões aí em casa. Quase ninguém gosta de pessoal a berrar, pois não? E isso deixa toda a gente tensa e com pouca capacidade de pensar.
  8. Gritar é diferente de ralhar, de explicar, de se afirmar, de exigir, de educar. É difícil, eu sei que sim! E também sei que é possível. Um dia fazemos melhor e no outro parece que deixamos de saber fazer. É mesmo assim. Chama-se aprendizagem!
  9. Dicas? Não há! É um desafio e não é suposto ser fácil. Mas já somos bastantes e uma empurra a outra aqui no blogue ou no facebook! Se estás nisto com amigos e familiares, partilha também com eles!
  10. Dizem que levamos 21 dias a eliminar um comportamento e 7 a criar e reforçar um novo. Anda daí então, este é o momento ideal para eliminar este… tique
  11. Ah! Queres uma dica para isto resultar? Podes imaginar que te estou a observar, tipo big brother! É uma ideia que por vezes resulta!”
Pergunto-me… por onde é que vou começar? Querem mesmo saber? Não faço a mínima ideia! Se hoje ao final do dia, um dos meus filhos (ou os dois!) fizer uma das suas birras sem razão, ou desatar a teimar com qualquer coisa como não querer tomar banho porque quer ver televisão, ou alguma daquelas pequenas coisas que por vezes me fazem disparar o gatilho e berrar, serei capaz de não o fazer? Não faço ideia! Mas vou tentar!
Vou começar por tentar fazer o trabalho de casa:
“Agora que leste tudo, tens esta semana para ‘acordares’ e tomares consciência do que realmente fazes.Calma, a mudança é um processo gradual e para ser bem feita vais precisar de tempo. Por isso mesmo, toma atenção ao teu comportamento. Apenas isso. Se te sentires confortável, procura ver que tipo de resposta podes dar da próxima vez. E quando essa próxima vez chegar, respira fundo e age conforme gostarias de agir. Olha novamente para os pontos acima. Muitos deles não acontecem apenas com os teus filhos – acontecem também com os outros. É interessante que descubras tudo isso.
Finalmente, peço-te que deixes, pelo menos nestas 4 semanas, de te queixares. Os sentimentos de auto-comiseração não são para cá chamados. O que é que eu quero dizer com isto? Que te transformes em super homem ou em super mulher? Nada disso! Quero que peças ajuda! Quero que digas ao teu marido ou à tua mulher ou à tua melhor amiga ou amigo que estás neste desafio. Pede-lhes ajuda sempre que precisares, conta-lhes os momentos mais difíceis e os mais engraçados e também aqueles que te enchem de orgulho bom! Precisas de ter uma rede à tua volta para isto dar certo!”
Este é o primeiro passo do meu treino para tentar ser melhor mãe! Inspirem-se, façam a vossa introspecção, avaliem se precisam de treinar para  que a vossa própria felicidade seja a felicidade da vossa família. Costumo dizer que às vezes não sei bem o que quero ser, mas sei perfeitamente o não quero ser. Neste caso, sei que quero ser uma mãe mais tranquila, mais feliz, mais positiva, mais disponível. Tudo isso se reflecte no resto dos campos da vida, isn’t that right?

2 Comments

  • docas

    Como eu te entendo!

    E fiz esta reflexao no final do ano passado. O meu Afonso detesta gritos e quando me exalto a primeira coisa que me pede é para não gritar.

    Assumi o compromisso e para isso pedi ajuda á minha mãe, pois tento em conta a ajuda que me dá, também ela as vezes se exalta com ele.

    E assumimos as 2 estes papel…e já começamos a ter o retorno.

    O Afonso percebeu que tentamos manter a calma e agora é ele que reconhece que as vezes pode ajudar a manter o equilíbrio, pede desculpas ando erra ou responde mal.

    Espero, esperamos que este equilíbrio se mantenha 🙂

    Claro que não foi remédio santo e de vez em quando lá sai a voz mais alterada…mas estamos a tentar melhorar 🙂

    Beijos

    PS – quanto mais eles crescem e ganham capacidade para te dar resposta, mais complicado este exercício se torna…

  • Filipa Alexandra Marco Moita

    Precisava desse curso aqui em Luanda…..pois com um bebê de 2 anos e 8 meses sempre a provocar a Amelia, a Amelia a chatear o Vicente e uma Pré-adolescente em casa, daqui a pouco em vez de um curso para não gritar, corto logo os pulso….e não estás só amiga…o vi está na fase dos teus gêmeos…..quer fazer tudo sozinho, grita e faz birra por tudo e por nada e quer fazer as coisas só quando ele entende!!!
    Ser mãe é saber sofrer e de preferência sem gritos!
    Para mim, tarefa impossível!

    Bjs amiga

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