Banalidades

NOT so good

O dia amanheceu cinza chumbo! A minha disposição também. Na véspera, um fim de dia terrível, uma noite muito mal dormida e um acordar em negação. Não queria aceitar que já era de manhã, mas os meus filhos não estão para frescuras e fizeram-me aceitar à força. Uma dor de cabeça a puxar para a enxaqueca, moía-me de forma persistente. Pequeno almoço, fraldas, roupas, duche, capas de chuva… E a minutos de sair, toca o telefone. Estive vai não vai para não atender e retribuir pelo caminho, mas uma força superior (não, não foi Deus! Foi o marido!) lá me fez atender. Carolina num braço, casaco no outro, telefone no ombro… Oiço a voz da minha avó:

” – Filha, ainda estás em casa?
– Sim avó, mesmo de saída mas estou, porquê?
– Olha, porque a Gilda hoje não tem o que fazer, falei com a tua mãe e ela disse-me que te ligasse porque tu de certeza que tinhas muita roupa para passar. 
– Sim e tenho! Era para ter passado ontem à noite mas já não consegui…
– Então traz lá, que ela se calhar até consegue passar isso tudo hoje!”
E lá fui eu, encher um saco do IKEA com toda o conteúdo do cesto da roupa para passar. E lá foi o marido, com o ombro ainda em recuperação, com um saco gigante de roupa escada abaixo! 
Há telefonemas que são providenciais!
O resto do dia continuou cor de chumbo. Nada me arrancou a dor de cabeça, que efectivamente se transformou em enxaqueca. Os comprimidos milagrosos, que normalmente resolvem o assunto, nada fizeram… E à hora de almoço estava de tal forma que nem a parca claridade que vinha da rua conseguia encarar. Mais comprimidos, escuridão, olhos fechados… Melhorou, mas não passou.
Crianças de volta da creche, exigem companhia a 100%, querem brincar, ou no caso do Daniel, hoje quis estar deitado ao meu colo toda a tarde. Começaram a pedir comida mais ou menos 1h antes da hora de jantarem (parece sempre que passam fome!), e lá os aguentei o mais possível. Jantaram, tomaram banho e foram para a cama completamente podres de sono. Ás 19h30! Custa-me deitá-los tão cedo, mas são eles que pedem… Que se deitam no chão no meio dos brinquedos, que vão buscar ou dou-dous… Que choramingam e que se encostam a mim. E o facto é que deitei-os e adormeceram logo!
Arrumei a cozinha, inspeccionei o frigorifico para avaliar a necessidade de me agarrar ao fogão, e decidi não fazer nada! Há por lá demasiados tuperware’s com coisas.
Vim até ao escritório para verificar se o ficheiro que estava a enviar já tinha seguido, e pousei os olhos na minha maquina de costura. Ontem, num momento de fragilidade, deixei-me tentar e inscrevi-me num curso de costura online. Um curso que funciona por e-learning, com vídeo conferências, material incluído, e que segundo a minha amiga Rute Gil, vou adorar! Não é um curso básico, esse já o fiz à praticamente 1 ano, é um curso muito específico, para aprender a fazer uma coisa girissima e que me pareceu que poderia originar algo novo na minha vida! E resolvi arriscar! Começa dia 4 de Novembro!
Hoje, cansada e com a casa em silêncio, podia ir para o sofá esticar-me à espera do marido, mas ao olhar para esta pobre máquina, parada à tanto tempo que dá dó, tirei-lhe a capa, soprei o pó, e vou ver se invento qualquer coisa! Afinal, costurar pode ser tão terapêutico como fazer desporto!

4 Comments

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *