# Escapadinha em família | O segundo dia na Serra da Estrela e as maravilhas da neve fofinha!
Já vos contei aqui, como começou o nosso fim de semana na Serra da Estrela. Da viagem, ao momento em que a Carolina e o Daniel viram neve pela primeira vez, passando pela surpresa que foi sentir a neve, e passada a admiração inicial, o êxtase de brincar debaixo de um enorme nevão. O nosso primeiro dia foi um dia cheio de emoções fortes, com muitas coisas para assimilar, e por isso, acabou logo depois do jantar, que foi no Restaurante do Hotel, com um belo banho quente! O segundo dia foi sem dúvida o mais preenchido e o que provavelmente foi também o mais divertido!
Quem me costuma ler, já sabe o quanto adoro pequenos almoços de hotel. É daquelas coisas que para mim, são uma verdadeira perdição! Tenho sempre vontade de comer um bocadinho de cada coisa, o que nunca acontece, claro! Mas há coisas que não consigo deixar de comer, como croissants ou ovos mexidos. Desta vez, tenho que sublinhar uma coisas que para mim é uma verdadeira perdição e que fazendo parte da gastronomia típica da região, havia sempre: requeijão com doce de abóbora! Que maravilha! Os miúdos quiseram leitinho com chocolate, e havia lá uma máquina fabulosa, que para além deste leitinho, tirava café com leite com uma espuma e um sabor deliciosos, entre outras coisas. [Cheguei a dizer que queria uma máquina destas em casa!]
Depois do pequeno almoço, regressámos ao quarto, vestimos o equipamento de neve, e saímos finalmente de carro, pela primeira vez desde que chegámos. O carro passou a sua primeira prova de choque, e passou uma noite em clima agreste! Habituado que está a garagem, podia ter-se queixado, mas não! Portou-se lindamente!!
Começámos a subida para o topo da serra, e já sabíamos que a estrada de acesso à Torre estava fechada, mas não imaginávamos que a zona das Penhas da Saúde estava tão cheia de gente! A verdade é que tudo o que não nos apetecia era ficar num bocadinho de neve pisada com escassos metros quadrados, em cima de mais umas dezenas de pessoas. Isso não era o nosso conceito de diversão na neve! Optámos por continuar o caminho, e tentar encontrar uma alternativa. A cada metros que avançávamos, a dificuldade era maior. Mais gente, mais carros, mais neve, menos lugares para estacionar, menos bermas onde encostar, menos sítios para brincar. Ao chegarmos ao cruzamento que daria acesso à Torre, decidimos dar a volta e descer novamente. Não sabíamos bem o que íamos fazer, mas alguma coisa haveria de se conseguir. Ao chegarmos novamente à zona das Penhas da Saúde, ainda antes das zonas mais concorridas, encontrámos um cantinho, que tinha uma zona que nos pareceu interessante, e um espaço para estacionar! Parámos de imediato! O nosso carro ficou a impedir a saída de um outro que lá estava, mas falámos com os senhores, que nos disseram para estarmos à vontade pois iam ficar por ali mais tempo, e se quisessem sair pediam para desviarmos o carro. Foi o que quisemos ouvir. Saímos todos do carro, tirámos o tobogan e pusemo-nos a subir.
O local onde nos encontrávamos não era mais do que uma estrada! Dava acesso a um conjunto de casa, pelo meio de um bosque, e com o nevão, tinha ficado de tal forma coberta de uma altíssima camada de neve fofa, que era impossível que servisse para mais do que para alegrar quem, como nós, procurava um sítio para brincar na neve! A paisagem era deslumbrante! Subimos um bom bocado a pé, para nos afastarmos mais da estrada, dos carros, das pessoas, da confusão, e sentimos que tínhamos mergulhado num mundo à parte. Rodeados de um denso bosque, completamente coberto de neve, com pequenas gotículas de água congeladas penduradas das folhas. Flocos de neve que nos caíam em cima com o balançar que o vento causava nas ramagens. Uma altura de neve tal, que se não tivéssemos cuidado, corríamos o risco de nos enterrarmos até à cintura! O que os miúdos deliraram com aquilo!
Regressámos ao hotel já a hora de almoço ia avançada, porque optámos por deixar que brincassem na neve tanto quanto lhes apetecesse, que subissem e descessem de tobogan as vezes que quisessem, que fizessem os bonecos de neve, as bolas, os desenhos, que vissem o gelo que pendurava das árvores, que tentássem andar para dentro do bosque e ficassem enterrados, que se deitassem no chão a fazer anjinhos [neste caso o pai!], enfim… que brincassem como e as vezes que quisessem. Sem horários, sem ordens, sem ralhetes, sem regras! Afinal, não é esse um dos maiores prazeres que todos nós temos?