Crescimento,  Maternidade

A pré-adolescência aos 5 anos

Aos 5 anos sentimos uma revolta interior que não sabemos explicar. Expressamos a revolta com birras e reclamações e não ganhamos nada com isso. Infelizmente, só vamos perceber isso quando já formos crescidos demais para rectificar as nossas atitudes.
Nada do que querem que façamos nos satisfaz. Seja sair do colégio mais cedo para ir ao cinema, seja receber um presente que queríamos muito ou ter autorização para convidar amigos a brincar em nossa casa. A comida que nos põem à frente nunca presta, nunca queremos comer sem primeiro fazer uma birra. Ou porque estamos cansados, ou porque não temos fome, ou porque nos doí a unha do dedo mindinho do pé ou só porque sim. A mãe é sempre “má” porque quer que vamos para casa e isso implica subir escadas de três andares, porque quer que tomemos banho todos os dias e tem a mania que cheiramos a transpiração e que precisamos sempre de lavar o cabelo. Grunhimos baixinho sempre que a mãe ou o pai se dirigem a nós, e mesmo nos dias em têm paciência extra, por vezes conseguimos esgota-lá e lá apanhamos uma palmada no rabo. Com 5 anos nada está certo, nada nos satisfaz, nadamos deixa bem dispostos. 
Quando nos perguntam porque é que andamos tão zangados com a vida, porque é que fazemos birra, porque é que contrariamos tudo o que nos dizem, não encontramos resposta mesmo depois de pensar e tudo o que conseguimos dizer é: “não sei”. 
Com 5 anos somos assim. Mas não sempre. Temos fases melhores e fases piores. Estamos agora a atravessar uma fase pior mas haverá de passar.
Aos 5 anos tu és assim meu filho e eu tenho dias em que não sei mais o que te dizer ou fazer para que percebas que nada ganhas com isso. Tenho dias em que não sei mais onde encontrar paciência e tranquilidade para não perder a cabeça contigo. Um dia de cada vez.

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