Os filhos crescem depressa demais
Se há coisa que todas as mães [tenho a certeza] concordam, é que os filhos crescem depressa demais! Nas últimas semanas tenho sido confrontada com uma realidade que quase me custa a acreditar ser a minha! Dou por mim a ler e reler listas de material. Para o ATL, para a escola, e ainda não chegaram as dos escuteiros, do karaté, da natação etc. Caramba! Ainda ontem nasceram, ainda ontem andavam aqui agarrados às minhas saias. Quando é que cresceram isto tudo!? Escola primária!? Livros? Responsabilidades? What!? Mas está tudo doido!? Esta vida é mesmo a minha? Quem são estas crianças que vivem cá em casa? Onde é que estão os meus filhos? Sim? Aqueles seres pequeninos e dependentes que saíram de dentro da minha barriga à meia dúzia de dias? Alguém me diz?!
A verdade é que passaram 6 [!?] anos! E assim a frio… apetece-me dizer palavrões! Sim! É isso que sinto! Vontade pura e simples de dizer palavrões! Falta-me o ar quando paro e percebo que… passaram 6 anos! Como? Não pode! Mas… foi ontem! Tenho a certeza! Como é que eles vão para a escola primária? Com horas para entrar, intervalos em que ficam mais ou menos ao “Deus dará” no meio de centenas de outros miúdos e com umas senhoras que pouco ou nada prestam atenção ao que eles fazem a [supostamente] tomar conta de todos. A lidar com bullyings e cenas modernas de crianças crescidas que me assustam [provavelmente mais a mim do que a eles]. Com necessidade de se sentarem numa secretária sossegados a trabalhar, responsáveis e atentos, de deixarem de ser as cabeças no ar que são, de se focarem em aprender. Mas, mas… really!?
Vou querer saber tudo o que se passa no intervalo, e só não vou espreitar ao gradeamento da escola no intervalo por vergonha, porque sei que vou ter vontade de o fazer! [Ou talvez vá! Deixa lá ver!] Vou ter vontade de ser uma mosca e andar a pairar sobre eles todo o dia, todos os dias, pelo menos até que o meu coração de mãe acalme e perceba que eles estão perfeitamente preparados para esta nova fase da vida deles, tal como eu estava, e tal como todas as outras crianças estão quando chega o momento da entrada no ensino básico. Mas caramba. Vou ter que dizer outra vez. Já!?
A nós mães dói-nos muito! Dizem que são as dores de crescimento. Apetece-nos agarrá-los e enfiá-los dentro de uma bolha de protecção gigante, num lugar onde ninguém lhes toca, ninguém lhes chega, nenhum joelho chega a casa esfolado e nenhum coração chega a casa partido. Porque é isso que uma mãe deseja para um filho sempre. Certo?
Não há muito tempo atrás os meus filhos estavam sempre “aqui”. Protegidos, debaixo da minha asa, controlados e confinados. E agora, demasiado cedo, sinto-os a começar a voar. Eu sei que é isso que é suposto, mas para mim é cedo demais. Para mim, não reconheço esta passagem do tempo como minha, não reconheço este crescimento nos meus filhos. Para mim esta é uma fase de tomada de consciência de que os filhos crescem depressa demais. Para mim, eles continuam a ser pequeninos e a precisar da minha protecção. Alguém partilha este sentimento?
One Comment
Sofia
Estou tal e qual com esse estado de espírito!! Como assim o meu bebé já tem 6 anos e na segunda-feira entra na tão ansiada "Primária"?!