Banalidades,  Família

# Our family | Simplificar. Descomplicar

O texto que vão ler em seguida não foi escrito hoje. Não se refere às férias [ou melhor, mini férias] em que estou prestes a embarcar. Escrevi-o dias antes de entrarmos de férias de Verão em 2018 e nem sei porquê ficou perdido nos rascunhos. Encontrei-o por estes dias e como as férias estavam à vista achei por bem completar o texto e colocá-lo online. 
Desta vez vamos para fora sem filhos pela primeira vez. Vamos fazer aquela que foi a nossa primeira viagem juntos. Não vou escrever uma palavra por aqui, mas vou manter-me pelas redes sociais pelo que podem sempre espreitar aqui ou aqui para acompanhar! E já agora, deixem na caixa de comentários a vossa opinião sobre o que escrevo aí abaixo! Até já!

São 23h42. Passo os olhos pelo meu feed do Instagram. Mais de 90% das mulheres que sigo já estão de férias e passeiam-se em hotéis, em praias, em restaurantes, em bares da moda. Levam 1001 outfits na mala, sapatos de salto alto, bolsas, brincos e colares. Vários kits de maquilhagem, cremes e produtos para os mais diversos fins. Isto só para elas. Fora, claro, os maridos/namorados, os filhos, e todo um séquito de coisas a condizer para que as fotos fiquem giras. Tiram-se 30 para aproveitar 1 em que todos ficam bem, com as barrigas encolhidas, mojitos e caipirinhas na mão, o chapéu de praia da moda, e até o protector solar que saiu na última quinzena de Junho mesmo no inicio do Verão. A foto escolhida com o melhor ângulo, sem mostrar imperfeições, com as luzes a incidir onde devem,  publica-se. Põem-se os hashtags e já está. Tudo a continuar as férias em busca da próxima foto perfeita. Porque afinal o que mais são as férias?

Eu também já fui assim. Se calhar não tanto assim, porque o retrato que descrevi foi satirizado, mas também já fui de ir de férias com montanhas de coisas atrás, preocupada com o que ia vestir, calçar ou quais os brincos que ia combinar. Preocupada com as aparências. Mais preocupada com o parecer do que com o ser. E o que é curioso, é que se me dissessem que num futuro pouco próximo isso ter muito pouco significado para mim, ia rir-me na cara de quem mo  dissesse e não acreditava. 
A verdade é que hoje, férias para mim significa tão somente desligar. Parar. Descomplicar. Simplificar. Significa ter tempo para estar com os meus. Para ser eu, sem artifícios, sem maquilhagens, sem roupas a combinar. Só com o primeiro trapo que me sair da gaveta e que me apetecer vestir. Com cabelos brancos se não me apetecer pintar o cabelo, com olheiras se não me apetecer maquilhar. 
Estar de férias para mim significa não ter que me agarrar a convenções sociais por motivos profissionais, não ter que me apresentar de acordo com o que esperam de mim, não ter que corresponder a um estereotipo: “Ah tenho uma reunião com a Sr.ª Engenheira…” – e a Sr.ª Engenheira aparece de chinelo de enfiar o dedo, sem maquilhagem, umas olheiras até ao pescoço, cabelo apanhado numa bola e calções de ganga e t-shirt larga. Não pode! É disto que me quero libertar nas férias. Quero ser eu! Só eu, com a minha família! Sem merdas, sem aturar pessoas que não me apetece aturar mas que de uma maneira ou de outra fazem parte da minha vida, sem ter que engolir sapos que a vida me obriga a engolir em prol do que significa viver em sociedade. 
Desconectar. Descomplicar. Simplificar. 
Estas três palavras são cada vez mais mantras na nossa vida. Fazem-nos cada vez mais sentido. E são o centro do que queremos para as nossas férias. Vamos estar muito offline. Porque queremos! E depois, quando as férias acabarem, voltamos. Voltem também!

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