Banalidades

Preciso de um grilo!

Normalmente quando os miúdos se vão deitar, há sempre grilos a cantar na rua. Nunca liguei nenhuma a isso, até ao dia em que eles se fixaram no som, e perguntaram o que era. Expliquei que era um grilo, que era um bichinho pequenino que canta, e assim ficou. Nos dias seguintes, perguntavam sempre pelo “guilo” ou pelo “cricricri”, escutavam-no ao anoitecer, e pronto. 
Até que… o Daniel começou a ter noites más, a acordar a meio da noite a chorar, a ter um sono sobressaltado, e num desses dias, quando veio para o colo, falou no grilo com ar de pânico. Isto repetiu-se mais umas duas ou três vezes, e percebi que ele estava com medo dos grilos!
Agarrei-me ao youtube, procurei vídeos com grilos, mostrei os vídeos, enquanto ia explicando que os grilos são pequeninos, e que são bonzinhos, e que vivem nuns buraquinhos na rua e só cantam. Na altura a conversa pareceu-me ter surtido efeito, mas passados mais uns dias, o assunto voltou!
O Daniel agarra-se a nós, com medo, esconde a cara, e diz: “Ái cricricri” – nós insistimos em explicar que não faz mal e em repetir toda a história que tenta desdramatizar a coisa, mas ele nunca fica muito convencido. 
Ontem, quando os deitei, deixei a janela do quarto aberta com a portada fechada, pois o quarto estava abafado. Quando disse até amanhã, para sair do quarto, a Carolina em pânico, gritou:
“Não mamã! Não! Fecha janela! cricricri… ” – de olhos esbugalhados a apontar para a janela.
Tive que fechar a janela, e repetir várias vezes que o grilo estava na rua e não fazia mal, para que se acalmassem.
Portanto… acho que para tentar explicar aos meus filhos em definitivo, que os grilos efectivamente não fazem mal, e que não vão entrar pela janela a meio da noite para fazer nada… tenho que relembrar a minha infância, e tenho que ir apanhar um grilo!
Alguém sabe se ainda existem aquelas gaiolinhas pequeninas para grilos?

(O que se faz para acabar com os pesadelos dos filhos!)
Ah! E descansem que não quero ficar com o grilo em casa! Só quero desmistificar a coisa, e devolvo imediatamente o bicho à natureza!

O vídeo que lhes mostrei no youtube, foi este, e com o devido respeito pelo autor, ainda me ri com a história de fazer coceguinhas com uma palhinha! (E aprendi como se distinguem os grilos das “grilas”!)

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