Banalidades

Realidades de hoje para uns, são memórias de ontem para outros!

Esta semana, em Lisboa, vi uma mãe de gémeos a passeá-los tranquilamente de carrinho, com uma amiga, pelas ruas da cidade. Sentaram-se numa esplanada, pediram alguma coisa para comer, e ali ficaram, sentadas, a conversar, sem interrupções nem barulho. Para manter este estado de tranquilidade bastava abanar o carrinho em movimentos repetidos: para a frente e para trás. Ela fazia-o, como todas as mães, em modo automático, enquanto conversava com a amiga, sorrindo. Os bebés, esses, deviam ter muito pouco tempo, eram minúsculos e dormiam tranquilamente.

Olhei para ela, e parei uns segundos, com um sorriso nos lábios, a recordar o que vivi nesta fase em que o Daniel e a Carolina eram pequeninos. Na minha inocência de mãe de primeira viagem, achava eu, que com o crescimento as coisas acalmavam. Mal eu sabia que a fase calma, era exactamente aquela que eu estava a viver! Apeteceu-me chegar ao pé da senhora, pôr-lhe a mão no ombro, e dizer-lhe: “Aproveite! Esta é a fase mais tranquila da sua vida de mãe!”
Depois deste momento, fui no caminho a recordar. Lembrei-me do que era poder estar num restaurante, a almoçar ou a jantar, sem barulho, comida pelo ar, birras, reclamações. Lembrei-me de que bastava ter o pé a empurrar o carrinho para trás e para a frente, tê-los de fralda seca e barriga cheia, para estarem bem! Era fácil passear, era fácil ir a onde quer que fosse. O mais difícil dessa fase era talvez a logística do que tinha sempre que levar comigo. Saco com mudas de roupa, fraldas, toalhitas, compressas, chuchas, cremes, água, e afins. A dobrar, claro! O carrinho, enorme, que ocupava o porta bagagens todo e dava um trabalhão a montar e desmontar. E eu, inocente, queixava-me, suspirava para que crescessem depressa, que largassem as fraldas, que deixassem de bolçar a toda a hora e que começassem a andar pelo pé deles! 
Hoje, que já cresceram, que já não usam fraldas, já não bolçam, e andam pelo pé deles, devia ser mais fácil! Só que não é! Já têm vontade própria, já querem ser eles a decidir, já reclamam, já não andam, correm! Não nos dão 1 minuto de sossego que seja! Hoje, desejamos desesperadamente um fim de semana a dois, e sempre que tentamos que durmam uma noite que seja com os avós, respondem que não querem! Querem ir para casa dos avós, gostam muito de lá estar, mas dormir, isso, “quero domi aqui mamã! Na minha cama! Na noxa caja!
E eu, que preciso mesmo mesmo de ter pelo menos uma noite sem eles, acabo por ficar a pensar, que por mais que algumas vezes tenhamos a certeza que não estamos a conseguir ser tão bons pais como gostaríamos, alguma coisa devemos estar a fazer certo. Porque a verdade, é que eles gostam de estar com os avós, mas preferem estar connosco!

One Comment

  • Vanda Caldeirinha de Carvalho

    E amiga, eu que já estou na fase escolar do meu Afonso, digo-te: Aproveita agora que não tens tpc's, trabalhos de pesquisa na net (na 3ªclasse) e calendário de testes!!
    São tudo fases, todas com dificuldades mas também com momentos muito bons, que nos mostram que eles crescem!!!!

    Beijocas!!!

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