Banalidades

Road trip férias 2016 | Spot #2

Sair do Monte da Cabeça Gorda não foi fácil. Estávamos bem instalados, confortáveis, sentiamo-nos em casa. Deixamos a mudança para o final do dia, para fugir ao calor. Passámos o dia na piscina e só por volta das 18h nós fizemos ao caminho. O destino seguinte? Vila Viçosa.

Vila Viçosa é terra de reis e foi a dois passos do Palácio real que ficámos instalados, num destino que nos foi proposto pela Odisseias, claro! O Hotel Solar dos Mascarenhas recebeu-nos e mostrou-nos toda a beleza de um edifício cheio de recantos bonitos. O nosso quarto não era grande, mas cabíamos perfeitamente os quatro, nós na cama de casal, e eles nos berços que foram colocados no quarto. E afinal, em férias, ninguém quer passar muito tempo no quarto! Depois de instalados, corremos o hotel de ponta a ponta. Queríamos respirar o ar quente de fim de dia e explorar todos os cantos e recantos daquele solar. Encontrámos a Wendy, uma cadelinha, mascote do hotel, junto à recepção. [Sim porque este também é um hotel pet friendly! Os animais são permitidos desde que cumpram as regras e não incomodem os hóspedes]. Feito o reconhecimento, saímos para jantar.

Descobrimos da pior maneira que em terra de reis, ou sabes onde ir ou pagas como rei! O mais simples restaurante da esquina cobra bem por pratos simples. Mas se o maior problema fosse o preço, bastava olhar bem para a lista antes de sentar e fazer a escolha cuidadosamente. Mas não! O maior problema em Vila Viçosa é o tempo de espera. Estivemos por lá três noites e só na última conseguimos ser bem servidos, com rapidez e a um preço acessível face ao que pedimos. Na primeira noite jantamos num restaurante ali mesmo ao lado do hotel, o Paço Ducal. Um restaurante cujas especialidades são pizzas e espetadas grelhadas. Não optámos por nada disso, e talvez tenha sido esse o motivo da espera. Pedimos um bitoque grelhado para os miúdos e outro para o pai, e para mim, um creme de tomate e uma omelete de espargos. Verdade seja dita que estava tudo excelente, mas esperamos bastante e os miúdos estavam cansadíssimos.

Na manhã seguinte acordámos e fomos tomar o pequeno almoço. Apesar de ser um hotel, o pequeno almoço era 100% caseiro, mais ou menos ao género do turismo rural! A pessoa responsável por isso é a querida Dora, sempre simpática e diligente e com uma paciência infinita para aturar caprichos infantis! Sim porque nem tudo são rosas nas férias! Claro que houve alturas de birra e de teimosia e normalmente o pequeno almoço foi por excelência a altura do dia que isso aconteceu. A Dora prepara desde as 6h da manha tudo o que é necessário para nós receber a todos pela manhã. Ficámos particularmente fãs dos seus bolos caseiros e das suas compotas. [Fiquei doida com a compota de courgette que quando regressar a casa vou ter que tentar fazer igual].

Depois do pequeno almoço fomos passear. Começámos por visitar o Paço Ducal, o palácio onde viveram vários Reis e local onde D. Carlos dormiu a sua última noite antes de ter sido assassinado. Ali, entre outras peças de colecção, podemos apreciar os quartos onde os reis dormiam, com particular ênfase para os berços dos príncipes e as roupas penduradas como se estivessem ainda à espera de serem usadas. A visita termina com a magnífica cozinha, onde uma fabulosa colecção de cobres que deixa qualquer um com vontade de lá cozinhar! [só temos fotos da entrada do palácio, e más, e depois não pudemos tirar mais porque o guia disse que era proibido. Fotos depois só mesmo nos jardins à saída]

Foi a primeira vez que o Daniel e a Carolina visitaram um palácio/museu, e ao contrário do que previmos, adoraram! Depois da visita ao palácio, demos um grande passeio por Vila Viçosa e ficámos a conhecer melhor a terra, para na hora de almoço regressarmos ao Solar onde fizemos um almoço ligeiro junto à piscina e onde passámos a tarde. 
De referir que na zona do bar, perto da piscina, existe uma pequena copa com zona de refrigeração e microondas, que permite que os hóspedes preparem refeições ligeiras. No nosso caso tirámos o devido partido e fizemos por lá os nossos almoços, o que com crianças é excelente.

Depois do pôr do sol e dos banhos tomados, saímos para jantar. Ligeiramente mais abaixo do restaurante da noite anterior e do lado oposto da rua, havia outro restaurante com bom aspecto. Tínhamos lugar na pequena esplanada, onde havia mesas à luz de vela, e optamos por ficar por lá. Pedimos sopa para as crianças e grelhada mista para todos. Passou hora e meia até que o desespero de cansaço e fome dos miúdos não aguentasse mais e me fizesse levantar para ir ao interior do estabelecimento perguntar se ainda seria possível servirem-nos naquele dia. Pediram desculpa e cerca de 10 minutos mais tarde lá apareceu a carne. Para uma grelhada mista para duas pessoas não vinha nada bem servida. Os miúdos já estavam exaustos e conseguir que comessem foi uma tarefa difícil, eu comi a correr um pedaço de secretos de porco preto, peguei neles e regressei ao hotel. O pai ficou a terminar de jantar sozinho e quando foi pagar ainda tinha uma conta onde lhe eram cobrados couverts que não tínhamos consumido. Quando regressou já os filhos dormiam, porque o cansaço era tal que bastou vestirem os pijamas e deitarem-se para adormecerem em modo automático. Uma noite menos boa num restaurante ao qual não vamos querer voltar!

O dia seguinte voltou a amanhecer quente embora um pouco enevoado. Decidimos passear pelos pontos importantes da vila: miradouro dos namoradinhos e castelo. Dentro do castelo visitámos a igreja onde o Rei coroou a imagem de Nossa Senhora é passeamos pelas muralhas. O Daniel e a Carolina gostaram particularmente dos canhões e quando lhes explicámos para que serviam ficaram super entusiasmados. Perguntaram se no castelo não havia um senhor a explicar coisas, como havia ontem no palácio, o que comprovou que gostaram mesmo da visita ao palácio na véspera. E até deveria haver um senhor no castelo também, mas quando lá chegámos estava fechado, pelo que nos limitámos a visitar o exterior.

Ficámos com imensa pena de não podermos visitar a Tapada Real, que avistámos ao longe do Miradouro dos namoradinhos, e que tem tão bom aspecto… segundo apurámos a Tapada é pertença da Casa de Bragança pelo que apenas em datas específicas é visitável.
E como o calor apertava [e muito], regressámos ao “nosso” solar, para mais uma tarde à beira de água, entre mergulhos e leituras, a refrescar nos páteos à sombra. Foi também nesta tarde que o Daniel se estreou como fotógrafo, quando me pediu para me tirar uma fotografia, e ficou gira! As fotos em que estou sozinha aqui em baixo foram tiradas por ele! Tem jeito o miúdo!

Na última noite jantámos bem, depressa e barato, num restaurante logo um quarteirão acima do hotel. do mesmo lado da rua, chamado Restaurante Florbela Espanca. O serviço foi rapidíssimo e comemos os quatro uma vitela estufada tão boa que me fez lembrar a vitela estufada da minha avó Luísa que tanto comia em miúda! Não constava dos roteiros e afinal, mesmo ali à porta, tínhamos uma óptima opção para jantar! Pena só termos descoberto na última noite.
Vila Viçosa é uma terra linda, cheia de coisas bonitas de visitar, cheia de história e com um património vastíssimo! Vale a pena a visita, quer para conhecer a terra em si, quer para passear pelas terras próximas, cheias de riqueza natural e patrimonial. Se planearem um passeio para esses lados, o Solar dos Mascarenhas será uma boa escolha, e comprando o voucher pelo Odisseias conseguem excelentes preços. Se forem, contem-me!

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