Banalidades

Sobre a agressão do agente da PSP ao adepto do benfica…

…não conheço o senhor, nem conheço o agente da PSP. Tenho uma pessoa conhecida, em cujo juízo confio, que conhece o senhor. O senhor que foi agredido. Os filhos andam juntos na escola. Ela diz-me que o que ele disse ao polícia não foi, de todo, algo que pudesse despoletar uma reacção adversa. E eu acredito. Não obstante, mesmo que tivesse sido o maior grunho à face da terra, o senhor agente não podia em qualquer circunstância perder a cabeça e fazer o que fez.
Revolta-me sentir que nos dias que correm, podemos cada vez menos confiar na policia. Se os vemos à beira da estrada a fazer uma operação stop, apetece-nos chamar-lhes nomes, ou soltar impropérios como “Lá estão estes cabrões outra vez!”, porque sabemos que se temos o azar de sermos mandados parar, eles arranjam, qualquer merdinha, seja no carro, no selo, no seguro ou no raio que o parta, para nos multar! 
E agora ainda por cima somos confrontados com violência gratuita! Vemos imagens que mostram um polícia a espancar um homem sob o olhar de pânico do filho menor. Não me sai da cabeça a imagem do ar de pânico do miúdo [e só vi o filme uma vez]. Resta-me acreditar que a justiça será feita, e que este foi um acto isolado cometido por um polícia que não tem condições psicológicas para o ser. 
Mas as bordoadas, essas, já ninguém as tira ao corpo do agredido. E o trauma, o choque, o pânico, também já ninguém o tira ao miúdo, que certamente irá crescer a odiar a polícia…
Como diz Pedro Santos Guerreiro no Expresso:
“Não podemos tomar a floresta pela árvore mas é de árvores que a floresta
se faz e a nossa floresta – de polícias, de pais e de miúdos – torna-se
sã ou doente não só por causa destes casos mas pela forma como a
tolerância se torna ou não complacência e a impunidade se subverte ou
não em aceitação.”
É este o país que temos!

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