Banalidades

Sobre a morte…

Costumo sempre dizer que não escolhemos
o momento da nossa morte, porque de facto acredito que é uma coisa que nos está,
de certa forma, destinada. Nunca sabemos quanto tempo temos, nem quando é que
chega o nosso momento.

No ano passado apanhei um susto
com a minha mãe, que quase me fez saber o que é que se sente quando se deixa de
ter mãe. E não foi bonito. Nunca ninguém está preparado para enfrentar a morte.
Muito menos quando se trata de uma pessoa que nos é próxima. Venha quem vier,
não é humanamente possível lidar de forma positiva com a morte de um ente
querido. Tinha 12 anos quando perdi o meu avô paterno, e lembro-me como se
fosse hoje. O sentimento de que me tiraram um pouco de mim perdura acho que
para sempre. Porque afinal é disso que se trata, de um pouco de nós.
Acabei de saber que uma amiga
perdeu a mãe esta madrugada. Perdeu a mãe numa luta desigual contra o maldito
Cancro, que continua a ser o culpado de uma elevada percentagem de mortes em
pessoas que ainda tinham tanto para dar a esta vida. Do dia em que descobriu
que estava doente até à madrugada de hoje, passaram… 3 meses. Três meses, em
que o estado de espirito oscilou entre o tentar lutar, e o desistir. Entre o
acreditar que a neta precisava dela, ou que já não valia a pena continuar por
cá. Perdeu esta luta de uma forma cruel.
A vida é efémera! Depende de nós
fazer com que valha a pena! Depende de nós transformar cada um dos nossos dias
num dia em que olhando para trás, possamos sentir, que vivemos! Sem contar com
o amanhã.
Já dizia o António Variações: “É p’ra
amanhã, bem podias viver hoje; Porque amanhã quem sabe se vais cá estar; Ai tu
bem sabes como a vida foge, Mesmo de quem diz que está para durar”.

E diz-me o meu braço direito todos os dias: “Na vida tudo se resolve, excepto a morte”.

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