Banalidades

Sobre a saga da chucha!

Depois da saga dos dias sem chucha e do sofrimento que senti que estávamos a provocar no Daniel, tivemos uma conversa séria, e tomámos uma decisão

Ele tentava todos os dias experimentar uma das muitas chuchas que havia lá em casa, apenas uma de silicone e as outras de borracha. Nenhuma o convencia e ficava com um ar infeliz e desalentado. Encostava-se a mim e dizia baixinho: “Eu quia a minha chucha… mas tem buraco…”. Na 2.ª feira, depois de vários episódios destes, sentei-me com ele e depois da irmã lhe ceder a chucha de silicone, combinámos que íamos ferver a chucha para ele ver se já gostava dela assim. Enquanto ele brincava no banho com a irmã, fui ferver a chucha, e quando voltei e lha entreguei ficou alguns minutos com ela na mão a dar risadinhas mas não se atrevia a experimentar. Acho eu, que estava com medo que não lhe soubesse bem e quis adiar a desilusão. Quando reparei nisso, perguntei porque é que não punha a chucha na boca, e ele sorriu, e muito a medo, experimentou!
O sorriso e o brilho nos olhos foram quase instantâneos. Deu duas ou três chuchadelas e disse: “Mamã esta chucha já tá boa mamã! Eu gosto dela! Mana obigada mana! Deste a chucha ôta vez a mim!”. A irmã riu-se e continuaram a brincar, já de chucha na boca!
A verdade é que podia ter aproveitado esta fase para o fazer deixar a chucha, mas apesar de ter ponderado bastante sobre isso, concluí que não há necessidade de o fazer sofrer. Só usa a chucha em casa ao fim do dia. A chucha não sai à rua nunca. Usa-a essencialmente como consolo quando está cansado. E pesando os prós e os contras… tem só 3 anos, e não precisa de abdicar já de uma coisa que adora e que não lhe faz assim tanto mal! 
Posso vir a arrepender-me no futuro, é um facto, mas para já sinto-me tranquila com a decisão que tomei e confesso que ver a felicidade estampada no rosto do meu filho quando chega a hora de ir buscar a chucha é impagável! 
O ponto positivo destes dias sem chucha, é que antes disto, se perdesse a chucha durante a  noite, muitas vezes acordava e choramingava por ela, o que implicava que algumas vezes fosse preciso irmos ao quarto dele procurar a chucha. Agora, pode perdê-la de noite à vontade que continua a dormir tranquilamente, e de manhã anda algures pelo chão do quarto perdida. 
Se a minha decisão foi certa ou errada, não sei, mas foi a que senti que queria e devia tomar! E sim, estou ciente de que me pode trazer problemas no futuro, mas paciência!

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