Banalidades

# Turismo em família | GOFREE pela Costa Alentejana | Capítulo I

A liberdade não é não estarmos presos: é estarmos presos e felizes, às pessoas e às ideias que amamos.”
Miguel Esteves Cardoso
Li esta frase um dia destes e disse-me tanto. Tenho aprendido com a vida que há tanto à nossa volta que devemos aprender a aproveitar. E não falo de bens materiais, falo de pessoas, de natureza, de vida, pura e dura. Na fase da vida em que estou, nada me dá mais prazer do que partilhar tempo de qualidade com a minha família. É isso que me faz sentir livre.

É de liberdade que fala este post. Da liberdade que se sente quando se consegue estar em harmonia. Uns com os outros. Com o mundo. E essa liberdade plena foi exactamente o que sentimos quando no início de Maio saímos em família para um fim de semana prolongado sobre rodas. Já vos tinha falado aqui do quanto tínhamos o sonho de fazer umas férias assim, mas a verdade é que tendo consciência de que seria bom, não imaginava que seria tão bom! Vou-vos contar tudo em vários posts, porque se escrevesse tudo num só, teria que ser gigante! Fiquem por aí!

Não vou dizer que passar uns dias numa auto-caravana é fácil e simples porque na realidade não é. Há limitações: o budget disponível, porque não é uma coisa que seja acessível a todas as carteiras, e a logística necessária para organizar tudo o que é preciso levar, que é pesada e dá muito trabalho. Mas, pesando prós e contras, é tão compensador que repetia a experiência já hoje!
Saímos de casa a uma sexta feira, depois de uma semana de trabalho, já bem perto das 21h. Decidimos assim porque nos pareceu uma boa aposta sair já com os banhos e os jantares despachados, e foi preciso não só tratar disso, como equipar a auto-caravana com tudo o que precisávamos para 3 dias fora de casa. A excitação dos miúdos era mais que muita, e quando finalmente se viram na estrada nem queriam acreditar! 
Passado não muito tempo de viagem, adormeceram. Decidimos parar em Alcácer do Sal, tirámos as cadeiras deles, descemos a cama e deitámo-los. Fizeram o resto da viagem deitados a dormir, e confesso que foi uma opção que me deixou apreensiva, mas percebi rapidamente que iam totalmente seguros, mais confortáveis e a descansar, pelo que depressa tomei consciência de que foi a melhor opção que podíamos tomar.

Fizemos o resto da viagem em completa tranquilidade, a circular a uma média de 60 a 80km/h rumo ao local onde tínhamos decidido passar a primeira noite: São Torpes. Tínhamos indicações de que a única coisa importante a não esquecer era que deveríamos tentar sempre pernoitar junto de outras auto-caravanas, por questões de segurança, e ao chegar à zona acabámos por ficar indecisos e fomos andando até Porto Covo. Quando percebemos que não havia um sítio mais agradável do que um estacionamento logo à entrada de São Torpes por onde tínhamos passado, demos meia volta e voltámos para trás. Passámos a noite aí, junto de um conjunto de auto-caravanas de matrícula estrangeira. 
Ao contrário do que eu esperava, dormimos TODOS mesmo muito bem! Acordámos já perto das 10h, com a sensação de que a noite tinha sido de sono profundo, confortáveis e a ouvir o barulho do mar! Os miúdos vieram ter connosco à nossa cama e ficaram em êxtase total quando  abrimos a clarabóia e lhes mostrámos onde estávamos! 

Uau! Dormir assim ao lado do mar e da praia! Que maravilha! Tomámos o pequeno almoço e saímos para passear. A praia mesmo ali, deserta, um sol lindo a brilhar e uma temperatura amena. O que mais podíamos pedir?

Quando nos apeteceu seguir viagem, voltámos a instalar-nos e seguimos até Porto Covo, onde fizemos uma breve paragem. [e conto tudo sobre o que este primeiro dia a sério a viver sobre rodas no próximo post! Fiquem atentos!]
Dicas: 

Decidimos levar tudo, ou quase tudo, pelo que foi preciso organizar uma logística algo pesada antes da partida. Desde fazer camas, arrumar roupas, artigos de higiene e limpeza, a arrumar frigorífico e despensa com comida, a equipar a cozinha com tudo o que precisávamos para confeccionar refeições e para comer, acabámos por demorar imenso o que motivou o atraso na partida. Idealmente, ter a auto caravana disponível na véspera da partida ajuda.

Fizemos uma escolha menos ecológica e levámos loiça descartável, mas foi por uma questão de poupança de água. O depósito de água é limitado e há que encontrar estratégias para a poupar.

Decidimos também levar todas as refeições cozinhadas. A auto-caravana em que fomos tem um frigorífico com dimensão para isso, e tem microondas, pelo que assim poupámos o tempo da confecção das refeições. Era só aquecer e comer, o que nos deixou mais tempo para aproveitar!

Percebemos também rapidamente que há muitos locais interditos a auto-caravanas, e não fazíamos ideia de que assim era. Um planeamento adequado e um conhecimento mais objectivo da realidade facilita muito! Há todo um mundo de informação na internet, basta procurar!

E antes de abraçarmos o fim de semana, deixo-vos uma música que descobri recentemente e que adoro! Sobre ser livre! Bom fim de semana!

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