Sobre crescer! [E como para as mães, os filhos são sempre bebés]
A pergunta que se impõe, que me paira muitas vezes na cabeça, é a seguinte: Quando é que nós, mães, aceitamos que os nossos filhos crescem?
Nos últimos tempos tenho andado numa onda saudosista. Procuro e publico com frequência fotografias dos meus filhos em bebés, vejo-as e revejo-as, com saudades, muitas saudades. Penso como era fácil cuidar e satisfazer as necessidades destes dois pequenos seres em bebés, e como me apetecia voltar a tê-los assim pequeninos, aconchegados e encaixados nos meus braços.
Já mais do que uma vez me perguntaram porque é que não tratava de ter mais filhos, porque toda gente via que eu adorava ser mãe. Não é de todo uma coisa que esteja posta de parte, mas o facto é que as coisas nem sempre acontecem como nós queremos, e a dimensão da carteira, que já não era grande, com o crescimento de duas crianças em simultâneo, revela-se a cada dia mais pequena. Para além do básico: alimentação e saúde, há que providenciar todas as coisas que toda(o)s vocês que têm filhos sabem, e que rebentam rapidamente com qualquer orçamento familiar. Temos algumas ajudas preciosas, de família e amigos, que nos vão providenciando roupas de filhos que já cresceram e que a Carolina e o Daniel agradecem, sacos de supermercado com compras variadas, e ajudas de SOS em situações limite.
Mas, quando me fazem estes comentários sobre ter mais filhos, na sua maioria, fazem-no por me perceberem saudosista. E sim, sou muito saudosista e tenho muitas saudades dos meus bebés com 2kg cada um! Assim pequeninos e frágeis, dependentes a 100%, e que curavam qualquer choro com um colinho de mãe.
O que me parece, é que independentemente de vir a ter ou não mais filhos, esta saudade não vai desaparecer nunca! Vejo-as a crescer todos os dias, vejo-os a serem cada vez mais independentes e desenrascados, vejo-os a “abrir as asas” um pouco todos os dias, “pena a pena”, para não tarda nada, saírem a voar! Não lhes quero cortar as asas! Pelo contrário! Quero sim, ensiná-los a voar! A voar de forma estável, com manobras calculadas, aterragens suaves e planos de emergência que funcionem se forem precisos! Mas vou ter sempre saudades dos meus bebés! Deste dois bebés, que “ainda ontem” nasceram e já estão tão crescidos!
Tenho uma amiga que tem uma filha de 20 anos! Fez anos na semana passada. Todos os anos pelos primeiros dias de Setembro, ela publica nas redes sociais uma série de fotografias da filha em bebé! Morre de saudades dessa fase e das bochechas gordas e deliciosas que a R. tinha em pequenina! Pelos vistos, não sou a única a ter estes gigantes ataques de saudosismo!
Hei-de perguntar à minha mãe se também tem saudades de me ter bebé no colo dela. Assim pequenina, também com pouco mais de 2kg. Porque eu, tenho a certeza, vou ter sempre saudades deles assim pequeninos! [e da barriga gigante de grávida, mas esse assunto pode ficar para outro post]
Para mim, nós mães, aceitamos que os nossos filhos cresceram aí nuns 90%. Os outros 10% ficam sempre agarrados ao saudosismo!