Banalidades

Tenho uma gata bipolar

A Yoga é a gata mais doce que algum dia vi. Passa os dias a tentar sentar-se ao colo de qualquer pessoa que esteja em casa, seja um dos membros da família, seja alguém que esteja de visita. Passa todo o tempo a ronronar baixinho, esfrega a cabeça nas nossas mãos para fazer festas a ela própria. Persegue-nos pela casa enquanto fazemos o que quer que seja, tipo sombra, como se nos estivesse a guardar.

A Yoga foi adoptada por nós em 2009, com 2 meses. Pertencia a uma ninhada que se encontrava no Canil/Gatil do Seixal. Escolheu-nos para donos. Assim que puseram a ninhada no chão, veio ter conosco no seu caminhar trapalhão de gato bebé, e começou a roçar-se nas nossas pernas. Veio conosco nesse dia, vacinada e desparasitada, e mais tarde foi também esterilizada. 
A Yoga deixa a Carolina e o Daniel fazerem-lhe de tudo. Desde festas vigorosas, a sentarem-se em cima dela a brincar aos cavalinhos. Nunca foge, nunca se chateia, limita-se a miar baixinho.
O Sushi é o macho da casa, vive cá desde 2006, e sempre foi um gato independente. Dá confiança até onde ele entende, e quando se farta simplesmente muda de sítio. Só recebe festas de pessoas fora da família quando ele quer. Sempre se deu bem com a yoga, e quando ela cá chegou, nem precisou de 24h para a tratar como se fosse filha dele. Também foi adoptado, e já veio vacinado, desparasitado e esterilizado. Tinha cerca de 1 ano quando se juntou à família.

Um dia, algures antes dos miúdos nascerem, a yoga passou-se e começou a rosnar ao sushi. Durante umas duas ou três semanas andaram nisto! Nessa altura a casa estava em obras, e atribuímos a alteração de comportamento à presença constante de estranhos e à alteração de rotina. Com o tempo, isto passou, e apenas pontualmente havia pequenas brigas. 

Normalmente estas brigas são encabeçadas pela yoga. O sushi desistiu de reagir, e limita-se a olhar para ela com ar surpreso e a tentar cheira-la. Ela fica eriçada e assanhada mas com uma voz de comando acalma-se e foge para um sítio longe dele. 

Hoje a manhã foi de briga constante. Ao contrário do habitual, hoje a briga não acalmava com a nossa intervenção. O sushi não reagiu nunca, mas a yoga não parava de rosnar, completamente eriçada, e a fazer-lhe frente. Quando já com os miúdos a chorar desalmadamente assustadissimos com o que se estava a passar, tentámos conduzi-la para um sítio onde pudéssemos fechar uma porta e separar os dois, a reação que estava a ter com o sushi passou para nós.


Não levou a dela avante, não arranhou ninguém nem mordeu ninguém, mas acabou a ser empurrada para uma casa de banho com ajuda de uma vassoura, depois de ter feito xixi pelas patas abaixo e estar ensopada. 

Depois do chão lavado, e um bom bocado depois de fechada, na primeira tentativa que fizemos de a limpar, voltou à carga. Novamente eriçada e mais xixi no chão. Continuou fechada.

Entrei na casa de banho há10 minutos. Estava deitada dentro de um cesto com toalhas, enroscada, e miou baixinho para mim. Fiz-lhe uma festa, lavei o chão, e ela nunca saiu do cesto. 


Para a deixar sair e perceber como reage, tenho primeiro que a lavar. Deixei-lhe uma caixa com um bocadinho de leite e uma colher de atarax. Vou esperar para ver se o bebe e acima de tudo se fica calma para poder tomar banho. Será que a yoga sofre de bipolaridade? O que lhe faço se isto não passar? 

(Belo domingo que estou a ter…)

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