Banalidades

#9 Memories | Os primeiros dias de uma mãe

Gostei deste
artigo da Pais & Filhos! Parece-me dar conselhos bastante pertinentes e que
vou tentar seguir. 

A avalanche de
emoções, nos primeiros dias após o nascimento de um bebé, é natural. Mas é tão
avassaladora que nem sempre se consegue passar por ela de cabeça erguida e com
um sorriso constante de felicidade completa.

É claro
que o bebé é lindo e maravilhoso, mas isso só faz com que os sentimentos
negativos pareçam ainda mais despropositados. Então a culpa – que todas as mães
tratam por tu – ataca em força, agravando mais a nuvem que teima em fazer
sombra no espírito das mães acabadas de nascer. Insegurança, ansiedade, medo,
cansaço, mal-estar físico, confronto com um corpo que não parece ser seu,
dificuldades na amamentação são tudo ingredientes que podem fazer de um período
tantas vezes idealizado como perfeito uma fase para esquecer.

Não é por acaso que 10
a 15 por cento das mães sofre uma depressão no período sensível que se segue ao
parto. Muitas delas tinham anteriormente factores que as predispunham para tal,
mas também há casos em que nada fazia prever o surgimento de tal situação.
Convém salientar que, entre muitos factores e circunstâncias, a experiência de
parto é decisiva para a forma como a mãe se sente em relação a si
própria. E depois, estar preparada para as emoções contraditórias do
pós-parto, para os sentimentos menos bons, para as crises de choro – que são
normais -, ou seja, pensar no assunto durante a gravidez e adoptar algumas
estratégias que facilitam, na prática, a vida no pós-parto é também decisivo
para que os primeiros dias e semanas sejam lembrados sobretudo pelos bons
momentos.

ONDE ESTÁ O MEU AMOR? 
Sonhou tanto com o
momento de ter o seu filho nos braços e agora que ele está aí, pode acontecer
senti-lo como um estranho. O amor avassalador que esperava sentir pode parecer,
afinal, estranho e débil. A tendência, quando tal sentimento de vazio se
instala, é duvidar desde logo de ser uma boa mãe. Mas não só esta sensação é
normal e frequente, como não tem absolutamente nada a ver com a sua competência
maternal. O amor de uma mãe nem sempre surge de rompante no pós-parto. Muitas
vezes exige que passe algum tempo, que se descubra e reconheça aquele bebé. Mas
acredite que ele acaba por surgir, de forma apaixonada e incondicional. 

SAIR DE CASA
 Faz bem
à mãe e ao bebé. Passar dias seguidos metida em casa é estar a alimentar a
neura, quando o que se pretende é combatê-la. A amamentação, além de todas as
vantagens que tem para a saúde do bebé e da mãe, permite saídas de casa
descontraídas. A refeição do bebé esta sempre pronta, na temperatura certa, e
não exige transportar qualquer material que não esteja incluído em si própria.
Assim sendo, não se entregue à inércia e procure sair pelo menos uma vez por
dia, para um pequeno passeio. O carrinho coloca muitas vezes dificuldades
logísticas e, para um recém-nascido, o contacto com a mãe nunca é demais. Por
isso, opte pelo pano ou pelo canguru, verdadeiros prolongamentos da barriga que
o transportou durante nove meses.

Mas sair sem o
bebé também deve fazer parte dos seus planos. Procure recomeçar rapidamente as
actividades que mantinha antes do parto e que lhe davam prazer, seja exercício
físico, a leitura de um livro, ou caminhar. Bastam duas horas para voltar com
energias renovadas. O bebé pode ficar com o pai ou com uma avó e, acredite, ele
vai sobreviver em bom estado. 

AJUDA SIM, VISITAS PERTURBADORAS NÃO
Aceite todo o
apoio e ajudas que família e amigos podem dar nesta fase. E dispense a
sobrecarga que podem representar. Visitas constantes que deixam a casa
desarrumada, a loiça do lanche em cima da mesa e os papéis dos presentes pelo
chão são tudo o que uma mãe não precisa nos primeiros dias em casa com o bebé.
Peça ajuda ao seu marido para gerir esse caudal de gente que quer conhecer o
bebé.

Refeições prontas
previamente congeladas são uma boa estratégia para que os primeiros dias sejam
mais descansados. De resto, aceite a sopa que a avó se oferece para fazer e
poupe-se o mais que puder.

RECUPERAR A FORMA 
Dê tempo ao tempo.
Recuperar num mês a forma que se tinha antes da gravidez é altamente
improvável, mesmo que não fizesse mais nada do que preocupar-se com isso. Entre
seis meses a um ano é quanto, em média, dura a recuperação. Claro que se puder
fazer exercício, mais facilmente poderá voltar a usar o número que vestia
antes. Amamentar promove a recuperação, fazendo o útero regressar ao seu
tamanho normal mais rapidamente. 
O exercício
também ajuda, claro. E além de fazer bem ao corpo, faz bem à mente. Não o
dispense.

AUTO-CONFIANÇA E DESCONTRACÇÃO 
Em relação ao
bebé e aos aspectos práticos dos seus cuidados, a palavra de ordem é
simplificar. Todas as mães estão preparadas para cuidar dos seus filhos. Confie
no instinto e cultive o bom senso. É tudo muito mais simples do que parece.
Pense no pós-parto
como um prolongamento da gravidez. O bebé continua a alimentar-se através do
corpo da mãe. Se surgirem dificuldades na amamentação, contacte a Liga La Leche
(261 866 574 / 965 795 294 / 966 293 839) ou o SOS Amamentação (213 880 915 /
934 169 466). Pedir ajuda não é vergonha e um pequeno pormenor pode fazer uma
enorme diferença.
A amamentação permite
uma simbiose que pode ser tão equilibrada quanto os nove meses que precederam o
nascimento. Não pense muito em horários rígidos ou no que tinha pensado em
fazer e afinal não consegue. É claro que não há tempo para mais nada. Mas se
não tiver ilusões quanto a isso, também não terá desilusões. É tempo de
conhecer o bebé, de estar disponível para ele, de respeitar os seus ritmos. Não
ponha a si própria metas irreais. Os momentos de pausa devem ser para o repouso
e para respirar novos ares. 
Não seja
rígida com horários. Há muito tempo para que as rotinas se estabeleçam
naturalmente. O mais importante é passar momentos inesquecíveis com o seu bebé.
Se a loiça suja se acumulou na cozinha, o que importa? Se esteve durante uma
hora com o bebé deitado no seu peito, enquanto lhe cantava, isso deve ser
motivo mais do que suficiente para se sentir realizada e competente. Fez o mais
importante!

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