Banalidades

Sobre xixis na cama!

Duas semanas depois do desfralde nocturno do Daniel, e uma semana depois de escrever este post em que conto como o desfralde aconteceu, nessa mesma noite, tivemos o primeiro incidente. Pela primeira vez, o Daniel fez xixi na cama. Acordou a chorar, cerca das 3h da manhã, muito triste porque tinha feito xixi na cama. Foi preciso acalmá-lo e explicar-lhe que é natural e que às vezes acontece, foi preciso mudar-lhe a roupa, limpá-lo, mudar a cama. Para nós pais, acordar em sobressalto a meio da noite e ter que fazer isto tudo, é terrível! Mas faz parte, e não vai ser por ter trabalho e acordar durante a noite que vamos regredir! Depois de tudo tratado, e do Daniel mais calmo, quando o quisemos deitar, pediu para ficar um bocadinho na nossa cama. Claro que deixámos, e ficou ali um bocadinho, até o sono voltar e ele se sentir com vontade de voltar para a caminha de

Depois disto, no espaço de uma semana, aconteceu mais 3 vezes, mas em contexto diferente. Dessas 3 vezes, o xixi na cama foi cerca das 7h da manhã, quando ainda estava a dormir com um sono demasiado profundo para se aperceber que ia fazer xixi, mas quando já não aguentava até à hora de se levantar. A tristeza e a frustração quando estes episódios acontecem são visíveis. Fica choroso, esconde a cara no colo e queixa-se que está tudo molhado e ele não quer. Temos vindo a conversar com ele a esse respeito, para que perceba que por vezes acontecem estes acidentes,  e que não é por isso que nos vamos chatear! basta limpar tudo e mudar as roupas.

A irmã por sua vez, ainda não está apta para o desfralde nocturno. Ao contrário do diurno, no qual ela foi pioneira, à noite ainda não está preparada, e ainda acorda de manhã com a fralda bastante molhada. Adoptámos a seguinte técnica: para que não se sinta a ficar para trás, perguntamos todas as noites se quer fralda ou não. Na maioria dos dias, ela pede para pôr a fralda, mas já aconteceu algumas vezes não a querer. Fazemos sempre como ela escolhe! Em casa, normalmente, se ela não quer fralda, deixamos ficar, e se fizer xixi paciência. No fim de semana passado, como estávamos fora de casa, numa das noites em que ela pediu para dormir sem fralda, pusemos a fralda depois dela adormecer. A ideia era tirar novamente antes dela acordar, mas já não fomos a tempo. A fralda estava cheia, e ela não se chateou por ter fralda quando acordou.

Esta manhã, quando lhe tirei a fralda, tinha muito menos xixi do que é hábito. Antes mesmo que algum de nós dissesse alguma coisa, ela mesma percebeu isso e disse com um ar orgulhoso:
“- Mamã olha! A fralda tem pouco xixi! Fiz pouco na fralda mamã! Está quase o dia de tirar a fralda!”
Nisto do desfralde, cada criança tem o seu ritmo, cada criança tem o seu comportamento. Não é por serem gémeos que têm que deixar a fralda ao mesmo tempo. A nos pais, cabe-nos a tarefa de os fazer perceber que não é errado fazer xixi na cama, apenas devemos tentar que não aconteça. Que quando acontece, resolve-se e pronto! Do mesmo modo, dormir com fralda quando sentem essa necessidade, também não tem problema! É preferível dormir de fralda do que dormir mal, do que ter ansiedade que incomoda o sono tranquilo que eles precisam, do que ter medo de fazer xixi na cama.

Há que elogiar com ponderação, para que tenham a melhor noção possível do que é correcto e do que não é. É necessário estabelecer fronteiras, e fazê-los entende-las. No livro “Acabar com as fraldas e com o xixi na cama”, Olga Reis aborda esta questão e dá indicações aos pais.

“Dizer que a criança é bonita e que se portou bem quando faz algo correto, vai fazê-la pensar o contrário quando errar. O desejável é dizer algo como ‘Boa! Conseguiste’” e usar elogios que não permitam à criança fazer comparações entre situações. Já agora, também não se deve comparar as crianças umas com as outras, muito menos no caso de serem irmãos gémeos.

“No nosso caso, há claramente ritmos diferentes, estados de preparação diferentes. Como em qualquer outra etapa de desenvolvimento, não há comparações, não há diferenciação, e é importante que eles próprios tenham essa consciência, para que não o falam entre eles. Connosco o processo está a dar-se ao contrário do que diz a sabedoria popular, que defende que regra geral as meninas são mais fáceis de desfraldar.

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