Banalidades

Hoje não estou cá!

Ou melhor, estou, mas em vez de 100’% de mim estar activo, só estão aí uns 20% no máximo! Lembram-se deste post, em que falei sobre algumas das grandes birras dos últimos dias, e da necessidade que sinto de fugir? Pois que descobri, que afinal ainda não tinha batido no fundo, e a coisa piorou!

Depois de fazer birra para sair da creche, para jantar, para tomar banho, para se vestir, basicamente para tudo o que tinha para fazer ao fim do dia de ontem, o Daniel resolveu, que a melhor hora para continuar com a birra, eram as 3h da manhã! Já tinha acordado 2 vezes para fazer xixi, e à 3.ª não houve forma de o fazer parar de gritar. Chorava copiosamente, soluçava, e gritava que queria ir para baixo. Nós explicávamos que não podia ir para baixo, que era de noite, que estávamos na cama há pouco tempo e era preciso descansar, mas nada adiantava! Chorava, gritava, berrava ininterruptamente. Acordou a irmã [e provavelmente o resto do prédio todo!], que assustada, começou também a chorar, e continuou a gritar! Não sei bem quando tempo foi preciso para que se acalmasse, mas depois de dizer as mesmas coisas mil vezes, lá o consegui convencer a ir lavar a cara à casa de banho, fazer xixi e beber um golinho de água para se acalmar. Depois agarrou-se a mim e encostou a cabeça ao meu peito. Finalmente! Este é o sinal de que começa a quebrar! Ainda assim, não queria ir para a cama. Queria a mamã! A irmã estava acordada, choramingava baixinho, e obviamente, se ele estava fora da cama, ela também queria. A muito custo, lá o consegui convencer a ir para a cama, dizendo que ficava ao pé dele, e que tínhamos que tomar conta da mana, que estava assustada e a chorar. Deitei-o, aconcheguei os dois, e sentei-me no chão ao lado da cama dele. Deu-me a mão. Pediu para ligar a caixa de música que projecta para o tecto, e ficou ali. Encostei a cabeça à cama dele, e fiquei ali, de olhos fechados, completamente exausta. Ao fim de um bocado, perguntei se ele me deixava ir para a minha cama, porque estava muito cansada e precisava muito de dormir. Disse-me que não, que queria a mamã ali. Fiquei. O tempo foi passando, a caixa de música já tinha tocado vários ciclos, a Carolina já estava quase a dormir e ele não fechava os olhos nem por nada! De repente, de um momento para outro, disse-me: “mamã, vai dumir!” – fui de tal forma apanhada de surpresa, que lhe perguntei: “o quê?” – e ele repetiu: “Vai dumir! Pá tua cama!”. Levantei-me, dei-lhe um beijinho, ajeitei-lhe o lençol e fui para a cama. Nem 1 minuto tinha passado, quando o ouvi a chorar e a chamar por mim baixinho. Fui lá, e ele sentou-se e pediu-me um beijinho. Dei-lhe o beijinho, perguntei se queria que ligasse a caixinha de música outra vez, e voltei para a cama. Demorei a adormecer, estava cheia de calor, tive que abrir as janelas, e adormeci a olhar a rua. Não faço ideia que horas eram. 
De manhã acordámos com ele a chorar [outra vez!]. Tinha perdido a chucha. Fui lá, e começou a birra. Chorou como durante a noite, porque queria a chucha, queria colo, depois já não queria, depois queria leite, e queria ir para a minha cama, mas a seguir já queria ir para o chão. Enfim… nada lhe servia, nada o fazia calar. Demorei mais uma meia hora para o conseguir acalmar, e mesmo assim, quando descemos para tomar o pequeno almoço, ainda fez mais uma birra por causa da caneca em que ia beber o leite. Porque o que ele queria estava dentro da máquina para lavar, porque não queria aquela caneca, porque não queria aquele copo, porque não queria nada. Finalmente lá se decidiu a comer as estrelitas que pediu e a beber a caneca de leite. E acalmou. De manhã atribuí as birras ao cansaço. Porque dormiu pouco e mal, e estava cansado. 
Mas e o que justifica estas birras todas?  O que se passa com o meu filho? É uma fase? É cansaço? Anda saturado? Precisa de férias? Quer chamar a atenção? Confesso que me começo a sentir desesperada com o que quer que seja. E confesso que isto me preocupa. Muito!
Por isso hoje não estou cá! Ou melhor, hoje estou cá mas é como se não estivesse. Estou apenas de corpo presente, e a minha cabeça está em modo off.

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